Obbligazioni societarie La saga della famiglia Espírito Santo: cosa succederà alle obbligazioni BES ed ESFG? (1 Viewer)

Rottweiler

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La situazione all'interno di BES (nomine di vertice) e dell'azionista di riferimento ESFG (risvolti penali delle irregolarità di bilancio) è lungi dall'essere definita........



A crise do BES, segundo João Rendeiro

No seu blogue, o ex-presidente do BPP considera explicado "o milagre" do Banco Espírito Santos ter escapado ao apoio do Estado na crise financeira de 2008. Não esquece o "pobre contabilista", diz que o que outros banqueiros fizeram "é brincadeira de crianças" comparado com este caso e até fala de Pinto da Costa.

Margarida Cardoso |
16:26 Quarta feira, 11 de junho de 2014

Mordaz, João Rendeiro não deixa de fazer um paralelo entra a banca e o futebol, com uma referência ao caso Apito Dourado / Tiago Miranda
"Para mim, o mais chocante nesta história foi que os membros mais destacados do GES [Grupo Espírito Santo] na área financeira não se coibiram de atacar e denegrir em privado e em público outros banqueiros portugueses na sequela da crise financeira de 2008", afirma João Rendeiro, fundador e ex-presidente do BPP - Banco Privado Português, no seu blogue Arma/Crítica .

Acusado por gestão danosa e insolvência culposa do BPP, o ex-banqueiro não faz qualquer comparação direta entre a crise do Banco Esírito Santos (BES) e o processo que levou à falência do seu banco, mas abre portas de ligação: "Ao mesmo tempo que administradores comuns da Espírito Santo Internacional e do Banco Espírito Santo incumpriram deveres fiduciários fundamentais, pessoas como José Maria Ricciardi ou José Manuel Espírito Santo nunca se cansaram de criticar severamente outros banqueiros que - se algo de errado fizeram - é 'brincadeira de crianças' comparado com o que viemos agora a conhecer", diz.

Considerando que a sociedade de controlo do grupo "está, ao que tudo indica, insolvente", Rendeiro não poupa Ricardo Espírito Santo nem o seu grupo, nem a comunicação social, a comentários críticos, pontuados por alguma ironia. "Está agora, singelamente, explicado, o milagre tão profusamente propalado pelos escribas de serviço nos media sobre a genialidade putativa com que o BES escapou ao apoio do Estado na crise financeira de 2008", diz.

Porquê correr com Ricardo Salgado

"Está também explicado porque é que José Maria Ricciardi quis correr com Ricardo Salgado da presidência do BES: Ricardo Salgado teria que assumir sozinho o ónus de toda esta situação e seria o seu bode expiatório. Ricardo Salgado reagiu ferozmente - como eu o compreendo", comenta João Rendeiro neste texto publicado com o título "A insolvência do grupo Espírito Santo".

Tendo por base uma entrevista de Ricardo Salgado ao "Jornal de Negócios", refere que não terá havido, no caso BES, "desvio de dinheiros", o que "não deixa de ser boa notícia nas circunstâncias". Continua, no entanto, em aberto a questão de saber "quem são hoje os credores da volumosa verba" (dois milhões de euros de diferença entre ativos e passivos), sublinha.

Rendeiro não esquece, também, o facto de Ricardo Espírito Santo ter atribuído ao contabilista responsabilidade pelas irregularidades nas contas. Por isso, fala da "desfaçatez com que se responsabiliza um pobre contabilista por tudo

Rendeiro, tal como Pinto da Costa

A frente jurídica não é esquecida porque "Ricardo Salgado, por ele, já ditou as sentenças que decorrerão dos processos que serão instaurados: há negligência grave, dolo, pensa que não", refere.

Mordaz, Rendeiro não deixa de fazer um paralelo entra a banca e o futebol, com uma referência ao caso Apito Dourado. "Diria ser impossível que uma questão deste tipo não passasse por um processo-crime e que José Maria Riccciardi e os seus colegas não tivessem que responder a uma eventual acusação do Ministério Público por "falsificação de contas", infidelidade e burla qualificada".

No entanto, "tal como o grande presidente Pinto da Costa que viu um porco a andar de bicicleta e não teve nada a ver com o apito dourado, devemos aguardar e esperar para ver", comenta.
 
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Rottweiler

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......mentre le mosse attese dalla famiglia Espirito Santo sono delineate da questa intervista a Salgado:


GES prepara compra da ESFG e aumento de capital da RioForte

Ricardo Salgado ao Expresso: "Aumento de capital do Banco Espírito Santo é a primeira trave-mestra da superação da crise no GES". Aumento de capital da RioForte será no fim do verão, até 50% da empresa.

Pedro Santos Guerreiro |
17:28 Quarta feira, 11 de junho de 2014

O aumento de capital do BES "caracterizou-se por um sucesso", com uma procura "de quase 180% da oferta", sublinha Ricardo Salgado / Tiago Miranda
O Grupo Espírito Santo (GES) prepara a compra das ações detidas por acionistas minoritários da Espírito Santo Financial Group (ESFG) e um aumento de capital da RioForte. Este aumento de capital será feito fora de Bolsa "nos próximos dois ou três meses", avança Ricardo Salgado ao Expresso.

O líder do BES falava num breve comentário telefónico a propósito do aumento de capital do Banco Espírito Santo, que fechou esta quarta-feira com sucesso, injetando mais mil milhões de euros no banco, reforçando assim os seus rácios de capital, a tempo dos próximos testes de stresse pelo Banco Central Europeu.

"A operação caracterizou-se por um sucesso", com uma procura "de quase 180% da oferta", sublinha Ricardo Salgado. "Fizemos dez aumentos de capital desde a reprivatização, em 1992. Este foi o primeiro que os acionistas de referência não tomaram firme. A tomada firme foi feita a 100% pelos bancos, que não ficaram com nenhuma ação".

Todo o aumento de capital foi assim colocado junto de investidores institucionais. "Foram visitados durante o roadshow 150 investidores institucionais, 80 deles no Reino Unido, 70 na Europa continental. Estamos contentes com o valor da subscrição em Portugal mas, de longe, o aumento de capital veio fundamentalmente do Reino Unidos e dos Estados Unidos", adita Salgado.

"Já não se pode falar em núcleo duro"...

O aumento da participação dos investidores institucionais acontece em contrapartida das posições dos acionistas de referência: a ESFG (que representa a família Espírito Santo) baixou de 27% para 25% do BES; os franceses do Credit Agricole reduziram de 20,82% para 15%; o Bradesco baixou de 4,8% para 3,91%; a Portugal Telecom acompanhou a operação mantendo 2,1% do BES. Estes quatro acionistas juntos baixaram, pois, de perto de 54,5% para cerca de 46%.

Uma redução do núcleo duro? "Já não se pode falar em núcleo duro", responde Ricardo Salgado, uma vez que a extinção da holding Bespar desfez a "blindagem" que dava o controlo à família e ao Credit Agricole.

E a crise no GES?

Tendo em conta a crise no GES, o sucesso deste aumento é uma surpresa? "Os resultados não surpreendem", responde Ricardo Salgado, "antes revelam fundamentalmente o prestígio que o BES tem nos mercados nacional e internacional e a sua solidez do banco, que agora sai reforçada." O BES "saiu muito bem em termos de rácios de capital", salienta o seu presidente executivo.

A crise "é na área não-financeira do grupo e já referimos as traves-mestras para a sua superação", enumera Salgado. "A primeira era o aumento de capital do BES. A segundo será propor aos [acionistas] minoritários da ESFG a compra das suas ações." Através de uma OPA? "Não está ainda analisado a fundo o processo, tem de ser decidido e comunicado" à CMVM.

A terceira trave-mestra é "um aumento de capital da RioForte, que se vai realizar nos próximos dois a três meses". Neste caso, tratando-se de uma sociedade não cotada em Bolsa, tal implica a "participação de investidores convidados, sendo que já recebemos manifestações de apreço". Não está definida a participação em causa, que assim ficará fora da alçada da família Espírito Santo: "Pode ser uma percentagem elevada, mas não deverá o ultrapassar os 50%" do capital da RioForte, que assim continuará a ter como maior acionista a ES International.

Novas ações na próxima semana

Concluído o aumento de capital do BES, as novas ações estreiam-se em Bolsa no dia 17 de junho. O banco presidido por Ricardo Salgado conseguiu atrair os investidores e colocar 1.607.033.212 de ações ordinárias, escriturais e nominativas.

Os títulos foram colocados junto de acionistas e novos investidores a um preço por ação de 0,65 euros. A procura ascendeu a mais de 2,8 mil milhões de ações.
 

Rottweiler

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Come noto, la famiglia Espirito Santo ha gestito a proprio piacimento per anni anche un'attività "delicata" come BES.

Si poteva sperare che il sodalizio con Credit Agricole moderasse lo strapotere della famiglia,
E tuttavia continuano ad emergere fatti inquietanti, come riportato in questo articolo, che riferisce di BES Angola:

BES Angola sem rasto de créditos de 5,7 mil milhões | Económico



Alla prossima assemblea straordinaria dovrebbero quantificarsi i rapporti di forza:

Sucessão no banco, secessão na família? - Expresso.pt


Sarà interessante vedere se gli Espirito Santo riusciranno a mantenere il loro controllo sella banca.

Un breve commento sulla situazione di BES.

Si può guardare a questa banca con un occhio alquanto ottimista, se si mettono in primo piano fatti quali:

*la capacità di attraversare la crisi finanziaria senza ricorrere ad aiuti statali;
*il pagamento delle cedole dei T1;
*il recente aumento di capitale.

E' però impossibile ignorare le aree grigie, delle quali non è facile prevedere gli sviluppi:

*la passata gestione "padronale" della famiglia Espirito Santo. Non è chiaro se continuerà. Se fossi un detentore di subordinate BES non saprei neppure cosa augurarmi, almeno nel breve termine, visto che un'eventuale nuova gestione avrebbe tutto l'interesse a fare una bella pulizia;
*l'impatto della vigilanza di Francoforte, certamente meno accondiscendente di quello della banca nazionale;
*l'evoluzione delle "grane" già emerse. Oltre alla questione ESFG, non va sottovalutato quanto potrebbe emergere in Angola (vedasi post sopra). Un forumer portoghese, e capisco non si tratti necessariamente di una testimonianza significativa, si esprime così:
"Angola non è uno scheletro, è un intero cimitero con 5700 milioni di euro sepolti".

La conclusione non può che essere, pertanto, un invito alla prudenza.
 

Rottweiler

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Intanto in BES continua la corsa allo scaricabarile....:


Contabilista diz que Salgado "sabia” que as contas não reflectiam verdade financeira
13 Junho 2014, 11:04 por Jornal de Negócios | [email protected]


"Ricardo Salgado sabia" diz Francisco Machado da Cruz, o contabilista do BES, segundo a edição desta sexta-feira do semanário Expresso.
O semanário Expresso escreve esta sexta-feira, 13 de Junho, que Ricardo Salgado "sabia" que as contas da Espírito Santo International (ESI) - "holding" que controla os negócios da área financeira e não-financeira da família - não mostravam a realidade financeira da empresa. As palavras são de Francisco Machado da Cruz.

O Expresso detalha que o contabilista – ou "commissaire aux comptes" – aponta "em documentos internos do GES, que foram entregues ao Banco de Portugal, que Ricardo Salgado sabia desde 2008 que as contas não reflectiam a verdade financeira do ESI".

Nos documentos a que esta publicação teve acesso, Machado da Cruz refere que "se reunia directamente com Salgado e que era com ele, e com seu superior directo, José Castella, que aprovava as contas antes de serem mostradas aos outros administradores". Ainda assim, o contabilista assume na totalidade a responsabilidade do que se passou, adiantando que a sua equipa não estava inteirada da situação.

A 20 de Maio, o prospecto do aumento de capital do Banco Espírito Santo, publicado no site da Comissão do mercado de Valores Mobiliários, revelava que a auditoria que o Banco de Portugal pediu à Espírito Santo International, "holding" de controlo do GES, "apurou irregularidades nas suas contas e concluiu que a sociedade apresenta uma situação financeira grave".

O semanário Expresso escreve ainda que Machado da Cruz e José Castella perante o comité de auditoria do Espírito Santo Financial Group afirmaram "que a administração da ESI não acompanhava a informação financeira". Neste encontro, o contabilista terá assumido única e totalmente a responsabilidade pelos erros não tendo explicando, contudo, as razões pelas quais os tinha cometido.

"Machado da Cruz, no documento que terá sido entregue ao regulador, afirma que tinha consciência do que se estava a passar, mas que teria de ser assim, pois durante a crise financeira de 2008 era preciso salvar o BES. Esclarece que Ricardo Salgado queria salvar o banco e que concordava com ele", acrescenta ainda a publicação do grupo Impresa.

Em entrevista ao Negócios, a 22 de Maio, Ricardo Salgado assume que "todos nós cometemos erros e eu assumo que o grupo cometeu erros, mas erros provocados pela nossa estrutura e organização no topo, à qual deveríamos ter prestado mais atenção". "A ES International, é a nossa "holding" do topo, onde estavam os cinco principais accionistas. Mas a maioria desses cinco eram da área financeira. A necessidade de concentração e de tempo para dar a volta à crise levou a que não tivéssemos prestado atenção à nossa organização administrativa, financeira e contabilística no topo do grupo", dizia o líder do BES.

Salgado explicava, nessa entrevista, que depois de várias décadas no Luxemburgo sem problemas, estes "desabam e apanham-nos desprevenidos e despreparados". Algo que é provocado por uma "dispersão enorme de actividades e de "holdings", além de que "tínhamos uma estrutura extremamente frágil".

"O nosso "commissaire aux compte" da ES Internacional, que assumiu a responsabilidade dos erros cometidos, era também membro do conselho da Rioforte e geria os nossos activos não financeiros nos EUA: o edifício de Miami, o hotel… Além do acompanhamento em África, nomeadamente em Angola. E ficou completamente… Ele perdeu o pé no meio desta situação. E nós fomos surpreendidos com o exercício do ETRICC. Quando fomos fazer o levantamento da chamada dívida indirecta, através das emissões de obrigações, do papel comercial, que foi colocada nos particulares de retalho. E durante 40 anos, nós tivemos várias "holdings" no Luxemburgo, mas nunca ninguém nos disse que tínhamos que consolidar as "holdings". O nosso responsável pela área dizia que só com 30% do capital a exigir a consolidação é que nós devíamos fazer a consolidação. Viemos a perceber que não é assim, que tínhamos mesmo que fazer a consolidação", afirmava Ricardo Salgado a 22 de Maio.
 

Rottweiler

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Come previsto, ad aumento di capitale concluso ESFG conserva il 25% abbondante delle azioni BES:
 

Allegati

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Rottweiler

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La Banca del Portogallo batte un colpo, nel tentativo di tagliare i legami "incestuosi":

Banco de Portugal quer obriga Ricciardi, Abecassis e Amaral a renunciarem com Salgado

A reunião do Banco de Portugal (BdP) com o Conselho Superior já terminou. O governador Carlos Costa quer a renúncia destes três administradores que estão a recusar-se sair da conselho de administração do BES.

Pedro Santos Guerreiro |
22:06 Quinta feira, 19 de junho de 2014 Última atualização há 11 minutos

Carlos Costa reuniu-se no final desta tarde como os membros do Conselho Superior (CS) do GES. Esta reunião foi convocada de urgência depois de o Expresso ter revelado que Ricardo Salgado pretende renunciar à administração, mas que alguns administradores não iriam aceitar sair, como era o caso de José Maria Ricciardi, Pedro Mosqueira do Amaral e Ricardo Abecassis Espírito Santo.

O governador quer que este três membros do CS, que estavam na reunião no Banco de Portugal, também renunciem aos seus mandatos de administradores. Na prática, o BdP não só obrigou Ricardo Salgado a renunciar, como não deixa que os outros administradores lá fiquem. E significa também que os supostos candidatos à sucessão que estão dentro do conselho superior deverão deixar a administração do BES.

O novo modelo de governance que vai ser proposto para o BES foi acordado entre Ricardo Salgado e o Banco de Portugal nas últimas semanas e, como o Expresso Diário revelou, passará haver um comité de estratégia, um órgão de representação dos acionistas, sem funções de gestão e de caráter meramente consultivo. O objetivo seria que os membros da família Espírito Santo, que o BdP entende terem telhados de vidro, passassem para este órgão, inclusive Ricardo Salgado. Este poderá ser destino também de outros atuais administradores.

A arma que o Banco de Portugal tem para impor esta mudanças é o registo de idoneidade. Se o BdP não reconhecer a idoneidade a administradores que venham a ser propostos, eles não poderão exercer essas funções. E o BdP entende que estes administradores têm telhado de vidro por causa da ligação às investigações à Espírito Santo International, no Luxemburgo.

Ora, o que o BdP aceita é uma administração profissional e independente, coisa que deixou hoje claro na reunião com os membros do conselho superior, limitando assim a ambição de José Maria Ricciardi de ser o próximo presidente executivo do BES.

A guerra dentro do BES continua, com contagem de espingardas e reuniões permanentes. Mas tal como o Expresso avançou não é ainda certo qual será a solução de sucessão. Será, à partida, a que resultar de um consenso entre os acionistas e o Banco de Portugal.
 

Rottweiler

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Intanto i titoli in borsa.....:


Acções do BES e do ESFG estão suspensas (act)
20 Junho 2014, 07:39 por Ana Laranjeiro | [email protected]

As acções do Banco Espírito Santo e do Espírito Santo Financial Group foram suspensas da negociação em bolsa. A administração do banco vai renunciar hoje ao seu mandato e convocar uma assembleia geral para eleger nova gestão.
As acções do Banco Espírito Santo BES estão suspensas de negociação em bolsa. A Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) emitiu um comunicado, esta manhã, onde revela que "o Conselho Diretivo da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) deliberou, nos termos do artigo 214º e da alínea b) do n.º 2 do artigo 213º do Código dos Valores Mobiliários, a suspensão da negociação das acções do Banco Espírito Santo, S.A., e do Espírito Santo Financial Group, S.A., até à divulgação de informação relevante sobre os emitentes".

A agência Bloomberg já tinha avançado, antes das 7 horas, que as acções do Banco Espírito Santo estavam suspensas da negociação a pedido dos reguladores.

Ontem, 19 de Junho, o Expresso diário avançou que administração do BES vai renunciar ao mandato. Algo que pode acontecer já esta sexta-feira. Ricardo Salgado deverá abdicar da liderança do banco e já terá "escolhido" o seu sucessor: Morais Pires. O que não consegue o consenso, já que José Maria Ricciardi está contra e deverá avançar com um lista própria.

O Negócios noticia hoje que a demissão de Ricardo Salgado vai levar à saída de quase todos os membros da família Espírito Santo do conselho da instituição, sendo que este processo resulta da intervenção desencadeada há vários meses pelo Banco de Portugal (BdP).

Ontem o regulador já tinha determinado que seriam necessários "esclarecimentos do emitente [BES] antes da reabertura do mercado". Como os esclarecimentos não foram prestados, as acções não vão negociar até o BES efectuar um comunicado ao mercado.

Está agendada para hoje uma reunião do Conselho de Administração do BES, onde será formalizada a demissão da gestão, através da convocação de uma assembleia geral a decorrer em meadis de Julho, para eleger novo conselho de administração do banco, tal como escreve hoje o Negócios. Até lá as acções deverão continuar suspensas.

Analistas antecipam desvalorização das acções

Apesar da notícia da demissão de Salgado não ser uma "surpresa", os analistas antecipam que a reacção inicial dos títulos será "negativa".

As acções do BES fecharam, esta quinta-feira, com uma desvalorização de 2,67% para os 0,913 euros. Há duas sessões que o banco protagoniza o pior desempenho da bolsa e figura entre as maiores quedas do sector na Europa. Um movimento que deverá manter-se. "O mercado já havia descontado a saída de Ricardo Salgado", considera Steven Santos, gestor da XTB.

"Nunca é uma boa notícia quando falamos de alterações importantes na gestão. Afinal, trata-se de alguém que lidera o banco há muitos anos, ao contrário do que acontece noutros bancos", explica um analista do sector que pediu para não ser identificado. "As acções poderão sofrer pressão vendedora a curto prazo", diz Steven Santos. Ou seja, há margem para que os títulos continuem a desvalorizar. No ano já cai quase 3%.

Contudo, "para os investidores, esta mudança poderá significar uma lufada de ar fresco na gestão do BES", realça Steven Santos. A mudança da administração pode acarretar outras consequências. "A saída da actual equipa da administração e a passagem de Ricardo Salgado para um cargo não-executivo fragiliza a influência da família sobre o banco e poderá torná-lo mais vulnerável", frisa o gestor da XTB. O BES acabou de concluir um aumento de capital em que a família Espírito Santo reduziu a sua posição para 25,1%.

(notícia actualizada às 7h45)
 

Rottweiler

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Per chi volesse conoscere la storia di questa "famiglia"....


Espirito Santo: a historia de um imperio familiar

Nasceu no século XiX, cresceu durante o Estado Novo e resistiu a guerra, revoluções e nacionalizações. Sempre em família.
Os banqueiros mais influentes do mundo estão reunidos à mesa, à cabeceira têm Robert McNamara, presidente do Banco Mundial e promotor do jantar anual em que reunia a cúpula da finança internacional. Nesse encontro, em Setembro de 1978 em Washington, o lugar à direita do presidente estava reservado a um português, banqueiro sem banco, mas ainda assim um dos mais respeitados na sala. Do encontro, além do apoio moral da elite da banca, Manuel Ricardo ganhou uma linha de crédito aberta por David Rothschild, presidente do Chase Manhattan Bank. Meses depois, seria o Banco Mundial a fazer o mesmo para os investimentos do português no sector agrícola no Brasil (Agribhaia e Cobrape) e no Paraguai (Golondrina). Como garantia, Manuel Ricardo tinha o apelido: Espírito Santo . Um nome que, desde o início do século, pertencia à aristocracia da finança europeia, atravessara duas guerras mundiais e uma colonial, uma revolução e nacionalizações, sempre nas mãos de herdeiros de José Maria do Espírito Santo Silva, nascido a 13 de Maio de 1859, filho de pai incógnito.
Há quem garanta que era filho bastardo de Simão da Silva Ferraz da Lima Castro, o primeiro conde de Redufe, intendente-geral da polícia e figura da aristocracia da segunda metade do século XIX. Representante da coroa na Alemanha e em Paris, comendador e homenageado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, Lima Castro terá sido o homem por trás da educação de José Maria, assim como do empréstimo que lhe permitiu lançar-se no mundo. Para os livros, ficou a história do bebé abandonado na Travessa dos Fiéis de Deus que começou a negociar cautelas e bilhetes de lotaria no número 91 da Calçada dos Paulistas, hoje conhecida como a Calçada do Combro, em Lisboa. E o negócio, do jovem que aos 19 anos já era dono de uma casa de câmbio, cresceu fora de portas. No topo dos negócios mais rentáveis, foi a lotaria espanhola, com prémios bem maiores que a congénere portuguesa, que lhe abriu as portas do mercadoq. Com o passar dos anos, tornou-se visita regular da bolsa de Madrid, de Paris - onde assistiu à Exposição Mundial de 1878 - e trocou as cautelas pelo imobiliário e pela gestão de fundos e créditos. Duas facetas que até hoje acompanham o Grupo Espírito Santo , os contactos internacionais e os investimentos de retorno garantido.
A José Maria não faltava nada. A prová-lo, as zonas em que centrou os seus investimentos imobiliários - primeiro na rua do Sol ao Rato, depois em Campo de Ourique e na Avenida da Liberdade - e a capacidade de se antecipar aos mercados. Antes da crise de 1890, vendeu todos os créditos que detinha da dívida espanhola que se desvalorizavam rapidamente, em 1906 fundou uma empresa de exploração de açúcar em Moçambique, sete anos depois chegava a Angola e ao sector do algodão e em 1911 oficializava aquela que seria a verdadeira vocação da família - com 61 contos, comprou a Casa Bancária que não tardou a transformar em J.M. Espírito Santo Silva e cujo capital social fez disparar até aos 400 contos antes da sua morte em 1915. Do primeiro casamento, com Maria Conceição, que morreria aos 40 anos, ficava Maria Justina, enquanto do segundo, com Rita de Jesus Ribeiro, deixava quatro herdeiros: Maria, Ricardo, Manuel e José Ribeiro, o filho varão e o primeiro a assumir o controlo dos negócios da família (ver infografia). Património também já não faltava: 650 contos investidos em capitais de diferentes sociedades, 374 em papéis de crédito e uma carteira de imóveis avaliada em 140 contos.
Os primeiros dias da banca
Os tempos não eram os mais tranquilos. Com a Europa envolta na I Grande Guerra e a inflação totalmente descontrolada - entre 1919 e 1924, o escudo desvalorizou 20 vezes -, em Portugal a luta era para estabilizar com uma das repúblicas mais novas da Europa. Falharam. Segundo o livro "Fortunas & Negócios", de Filipe Fernandes, dos 44 bancos registados em Portugal em 1892, em 1919 apenas 27 sobreviviam e 81% dos depósitos estavam concentrados nos cinco maiores. O Banco Espírito Santo (BES) nasce a 9 de Abril de 1920, no meio da agitação com um capital social de 3.600 contos e 40 mil acções, 39.500 das quais na posse da família , com um preço unitário de 90 escudos. Com o novo nome, chegou também o Presidente do Conselho de Administração, Ricardo Ribeiro Espírito Santo , e o primeiro secretário-geral, Manuel Ribeiro, o mais novo dos filhos do fundador, com apenas 26 anos.
Se António Oliveira Salazar, que chegaria ao poder a 28 de Maio de 1926, ganha fama de 'mago das finanças', Ricardo Espírito Santo rapidamente se torna no seu principal conselheiro económico. Aos domingos, reuniam em casa do Presidente do Conselho, a troca de correspondência era constante e as ligações da família às altas esferas do Estado Novo aprofundavam-se ao mesmo tempo que a dimensão do grupo crescia. Logo em 1934, uma tentativa falhada de fusão com a proposta de compra do Banco Nacional Ultramarino e em 1937 a compra do Banco Comercial de Lisboa, até então controlado pela família Queiroz Pereira, mas onde um Espírito Santo , Fernando Moniz Galvão, já ocupava um cargo de destaque há três anos. Nessa altura, em Outubro de 1937, nascia o BESCL com 14.400 contos divididos em 160 mil acções de 90 escudos cada. Aproximava-se a era dourada.
A Norte, a Alemanha nazi ganhava balanço para a II Grande Guerra e em Portugal o estatuto de 'zona neutra' começava a revelar-se lucrativo. Ao BESCL não faltava a proximidade à aristocracia europeia ou ao decisor nacional, na árvore genealógica também não faltavam os pergaminhos judaicos - Ricardo tinha casado com Mary Cohen, filha de um conhecido judeu com actividades financeiras sediadas em Gibraltar - para que se tornasse num dos bancos preferidos para proteger e transferir as maiores fortunas europeias. Durante os anos da guerra, o BESCL quadruplica o valor das acções, duplicam as participações do grupo em outras sociedades e os depósitos que lhe são confiados disparam 600%. Mas se Salazar conseguiu preservar a neutralidade do país, os Espírito Santo não tiveram a mesma sorte. Em casa de Ricardo esteve albergado o Duque de Windsor, visto em Inglaterra como o preferido dos alemães para ocupar o trono em caso de conquista, e as repreensões não tardaram. Em Maio de 1943, o ministro britânico para os assuntos económicos fez chegar o primeiro aviso - o BES tinha sido incluído na lista negra das entidades financeiras que negociavam com alemães e, consequentemente, embargadas pelos aliados. Três meses depois, seria retirado da lista, mas no ano seguinte chegaria nova repreensão - o banco acabou por assinar, a 15 de Agosto de 1944 e depois de consultado Salazar, um acordo prometendo cessar as negociações com a Alemanha. Uma notícia que mereceria transmissão na BBC.
Ricardo Espírito Santo era o protótipo do banqueiro moderno. Homem de interesses variados, das artes ao desporto. Em miúdo escreveu fados, em adolescente praticou boxe, esgrima e vela, em adulto tornou-se num feroz jogador de bridge e nunca descurou a sua actividade social. Cresceu ciente da importância de manter uma forte rede de contactos e em casa, próxima da Boca do Inferno em Cascais, tanto recebia membros da nobreza francesa, da realeza espanhola como representantes da mais alta finança europeia. Se foi sob a sua alçada que o BESCL se expandiu, também foi com ele no comando que a família ganhou definitivamente um lugar na aristocracia europeia. Em 1955, ano em que morre de ataque cardíaco depois de uma intervenção cirúrgica na CUF, sobe à presidência do conselho de Administração Manuel Ribeiro Espírito Santo , o terceiro irmão a liderar a instituição e também mestre na arte do social.
As famílias Firestone, Rockefeller, assim como a realeza do Luxemburgo e do Liechtenstein tornam-se visitas regulares da casa da família e em Espanha cimenta-se uma relação ainda mais especial. Casado com Isabel Pinheiro de Mello Arnoso, tem 11 filhos e, durante uma temporada, em casa, um hóspede muito especial - Juan Carlos, actual rei de Espanha que, anos mais tarde, não se esqueceria de agradecer o carinho. A Isabel entregou uma comenda, assinada 'Juanito'. Não seria estreia na família - ainda durante os anos 60 também Manuel Espírito Santo seria agraciado pelo general Franco - onde nem faltavam histórias de valentia por terras espanholas - aos 17 anos, Rodrigo Leite Faria, casado com Rita Espírito Santo Silva, voluntariou-se para combater com as tropas de Franco.
Ligações políticas
Bem relacionados, com o poder nacional e com as elites financeiras internacionais, os tempos são gordos. Entre 1966 e o início da década de 70, o BESCL chega aos 100 balcões, com perto de 4.500 funcionários e capitais próprios a rondar os 200 milhões de dólares. Com interesses diversos, dos sectores da alimentação às bebidas e aos têxteis, chegam aos 15% da Marconi, participam na Companhia Portuguesa de Celulose, do grupo Champalimaud, na Firestone (borracha) e acumulam presenças no sector petrolífero e energético - Sacor, Gás Cidla, Companhia Portuguesa de petróleos (BP), Sonap e Petrangol. Em 1972, chega a definitiva internacionalização do banco que assume o papel de co-fundador do Libra Bank, enquanto no ano seguinte, associado com o First National City Bank of New York, inaugura em Luanda o Banco Inter-Unido.
Manuel Espírito Santo Silva morre ainda em 73 e abre-se a primeira guerra de sucessão no banco. Em linha directa, sobe o filho Manuel Ricardo, mas não sem criar alguns dissabores na família . Os primos, José Maria Borges Coutinho Espírito Santo Silva e Carlos António Espírito Santo Silva de Mello, tinham aspirações ao trono mais desejado da finança nacional, mas o peso accionista acabou por falar mais alto. Não só o de Manuel Ricardo, mas também o da família Moniz Galvão, em que Fernando Espírito Santo Moniz Galvão, neto do fundador José Maria, desempenhou um papel determinante no sucesso de uma nova passagem de poder de pai para o filho. No entanto, mesmo com a transição assegurada, a época dourada estava a terminar. A crise petrolífera desse ano - entre Março de 73 e Março de 74, o preço do produto disparou cerca de 300% - levou a uma retracção da economia mundial e em Portugal aproximava-se uma reviravolta ainda mais violenta.
A 25 de Abril de 1974, Manuel Ricardo estava em Paris para a inauguração de uma dependência do banco. Imediatamente regressa a Lisboa onde, em conjunto com a família , se mentaliza de que nada voltará a ser igual. Ainda assim, a decisão é de permanecer no país. "Confiávamos em Spínola", conta, anos mais tarde, Mary Salgado, irmã de Ricardo Salgado, à revista "Sábado", num artigo em que lembrava as dificuldades sentidas nos meses seguintes. "Ao fim de alguns meses fiquei sem dinheiro, não tinha como alimentar os meus filhos e tive de começar a vender móveis e quadros". E o pior estava para vir. A 11 de Março de 1975, a escassos meses do célebre Verão quente, o general Spínola lidera uma tentativa de golpe para repor a direita no poder, mas o efeito dificilmente poderia ser pior para os Espírito Santo - não só o golpe falha, como a esquerda ganha força para adoptar, sob o Governo de Vasco Gonçalves apoiado por PS, PSD e PCP, uma postura mais radical. Logo às 17 horas, a sede do banco, na rua do Comércio, vivia momentos de inédita agitação. À porta uma concentração de sindicalistas e, pouco depois, uma interrupção da reunião do conselho de administração por um comando da Marinha. Manuel Ricardo, José Manuel, Jorge, António Ricciardi, Carlos Mello, José Roquette, Manuel Coutinho e José Theriaga acabam encaminhados, sob a ameaça de armas, para a prisão de Caxias. Ricardo, actual presidente do banco, escapa. "Não fazia parte da administração, era um simples funcionário", recordou a irmã. "Os funcionários do banco acharam que ele era útil e, no fim daquele impasse, quiseram que continuasse a trabalhar normalmente", concluiu em conversa com a "Sábado". Nos dias seguintes arrancam as nacionalizações. Além do BESCL, também Tranquilidade, Sacor, Central de Cervejas, Intar e a Companhia de Celulose passam para o controlo do Estado, num processo que em poucos meses afectaria perto de 250 empresas.
Sobreviver fora de Portugal
A troco de uma caução de 500 contos, os Espírito Santo seriam libertados no final de Julho desse ano e, no próprio dia, rumariam a Espanha, pelo Minho, onde reza a história tinham à espera um 'passador' a que tinham chegado por um contacto feito na prisão. Fogem por Espanha e rapidamente se espalham por Estados Unidos, Inglaterra e Brasil, mentalizados de que seriam precisos pelo menos dez anos para que pudessem regressar ao país onde, apesar de tudo, ainda haviam ficado familiares, sem acesso às contas bancárias e sem bens além dos que tinham em casa. Nessa altura, Mary Cohen, viúva de Ricardo, tem de intervir em apoio das quatro filhas - vende um apartamento em Paris para passar a distribuir uma mesada de 30 contos por cada uma delas. Mas também nessa altura, lá por fora, começam a trabalhar no renascimento do grupo, um processo de que tomaram a dianteira três ramos da família - os Salgado, descendentes da filha mais velha de Ricardo Espírito Santo , os Ricciardi e Manuel Ricardo, presidente em funções na altura da nacionalização.
É o presidente que, logo em Agosto, promove uma reunião familiar em Londres, cidade para onde se mudara e onde vivia em Thurloe Place, entre os bairros de Chelsea e South Kensington. Nessa altura, toma uma decisão que se revelaria histórica. Ricardo Salgado, com pouco mais de 30 anos e que tinha abandonado Portugal a 30 de Abril rumando a Londres, enquanto mulher e filhos seguiam para o Brasil, é incluído no grupo dos cinco responsáveis pela recuperação do Grupo Espírito Santo , denominação que surge nessa altura.
Em 1976 é aprovada a nova Constituição e, a 8 de Julho do ano seguinte, aprovada a lei que os Espírito Santo menos queriam ler. Não só vedava "a empresas privadas e outras entidades da mesma natureza a actividade económica em determinados sectores", como considerava todas as nacionalizações como "conquistas irreversíveis das classes trabalhadoras". O regresso não só não estava próximo como deixava mesmo de ser visto como garantido. Nessa altura, já o nome da família começara a abrir portas, na finança internacional.
Corrida de herdeiros
A família Agnelli, do império Fiat, JP Morgan, o Royal Bank of Canada, o próprio Juan Carlos e as famílias Rothschild e Rockefeller revelam-se apoios essenciais para a reconstrução do grupo. No Brasil, Ricardo Salgado e José Roquette arrancam em 78 com a BIA Investimentos, uma financeira especializada nos mercados bolsistas, onde pouco depois entrava o grupo Monteiro Aranha e o norte-americano Morgan Bank. Se no início do século a família tinha conseguido criar um império, agora a história não corria de forma diferente e em 1983 já o Banco Interatlântico (BIA) tinha perto de 100 funcionários. Por sua vez, Manuel Ricardo preparava-se para lançar o Banco Internacional de Crédito (BIC), sustentado num grupo de accionistas portugueses e no Crédit Agricole, com o qual ainda hoje o banco mantém uma estreita ligação, numa parceria que terá sido intermediada até às mais altas instâncias - François Mitterrand, presidente francês, era o responsável pela nomeação da administração do banco enquanto em Portugal, Mário Soares, primeiro-ministro e seu amigo, fizera a revisão constitucional (1982) para preparar o regresso dos empresários exilados após as nacionalizações. Nos anos seguintes tudo se resolveria. Em 1985 nascia o primeiro banco privado português, o BPI, e em 1989, já com Cavaco Silva como primeiro-ministro, é aprovada a lei que permitia a reprivatização das empresas. "Os objectivos essenciais são reduzir o peso do Estado na economia e depois garantir o pagamento, tanto quanto possível antecipado, da dívida pública", explicava Fernando Nogueira, ministro da Presidência e futuro líder do PSD. Nesse ano, a família recupera a Tranquilidade e em 1990 o BES.
Manuel Ricardo Espírito Santo morre em 1991 e Ricardo Salgado, então a viver na Suíça, regressa a Portugal para assumir o controlo. E o estilo notou-se. Em 2000 foi notícia com a tentativa falhada de fusão com o BPI e em 2006 por travar uma OPA da Sonae à PT, sempre em crescimento: a 24 de Julho de 2008, o banco ultrapassa o rival BCP em valor bolsista, fechando a sessão avaliado em mais de cinco mil milhões de euros. Também não faltaram polémicas durante o mandato de Salgado. Em 2005, o banco foi envolvido no caso Portucale, relacionado com a aprovação de um empreendimento turístico, na Operação Furacão, com acusações de fraude fiscal e branqueamento de capitais que podem ter lesado o estado em 280 milhões de euros, e no Mensalão, o maior escândalo de corrupção no Brasil. No final do ano passado, um "esquecimento" fiscal de 8,5 milhões de euro fez manchetes de jornais. Já este ano, foi o Ministério Público que ilibou o presidente do banco de ligações ao caso "Monte Branco", um processo em torno das privatizações de EDP e REN.
Nos três primeiros trimestres de 2013, o BES registou prejuízos de 381 milhões de euros - um valor que compara com os 90,4 milhões de lucro no mesmo período do ano passado - e instalou-se uma guerra pelo poder. José Maria Ricciardi, vice-presidente do banco e presidente do BES Investimento, lançou o ataque à liderança do primo. Salgado respondeu pedindo um voto de confiança ao Conselho Superior do BES - onde estão nove membros da família , cinco dos quais com direito a voto - e até António Ricciardi, pai de José Maria, o validou. Depois surgiram notícias de um tratado de paz entre os dois executivos do banco mais influente do país. A sucessão tem data marcada: o mandato de Ricardo Salgado termina em 2015. "São situações que acontecem na gestão de bancos", disse o banqueiro esta semana, com a autoridade de quem carrega um ADN capaz de resistir a regimes, nacionalizações, guerras e fusões. Com A.S. e H.C.C.
ORIGEM DO NOME
Espírito Santo
O historiador Carlos Alberto Damas escreveu sobre as dúvidas na origem do nome do primeiro membro da família . Maria, por ter sido Nossa Senhora a madrinha, segundo indicação do registo de baptismo. Espírito Santo terá sido acrescentado no crisma a pedido do próprio. Já o apelido Silva poderá ser da parte do pai.
A vida poupada do primeiro líder do clã
"Trabalho até às duas da noite e, sendo cinco ou seis da manhã, volto ao trabalho das facturas, pois de dia não me chega às vezes para fazer compras e vendas e cobrar de outras vendas já feitas a prazo, de bilhetes e prémios", escrevia José Maria do Espírito Santo e Silva, numa carta citada no livro "O Banco Espírito Santo , Uma Dinastia Financeira Portuguesa", de Carlos Alberto Damas e Augusto de Athayde.
O primeiro Espírito Santo nasceu a 13 de Maio de 1850 e pouco se sabe sobre a sua vida até ter completado 19 anos. Nessa altura, quando se casou com Maria da Conceição, já era dono de uma casa de câmbio, na Calçada dos Paulistas. Até morrer, e mesmo já depois de ter enriquecido, nunca perdeu o hábito diário de anotar todas as despesas pessoais.
José Maria dedicou-se a transaccionar obrigações e títulos de crédito emprestando também dinheiro e fazendo operações de câmbio. Faleceu no dia 24 de Dezembro de 1915, com 65 anos, vítima de diabetes. À data do falecimento os seus bens foram avaliados em mais de 1.200 contos,
IMPÉRIO
O poder do Grupo
Da banca à saúde
O Grupo Espírito Santo (GES) desenvolve uma grande variedade de serviços financeiros ( Espírito Santo Financial Group) e não financeiros (Rio Forte).
Na primeira, estão o Banco Espírito Santo (um dos mais antigos bancos privados em Portugal), com mais de 20% de quota de mercado, a banca de investimentos, gestão de activos, seguros e saúde. A presença internacional do grupo faz-se sentir em 25 países e quatro continentes, através de sucursais, escritórios de representação ou empresas participadas.
A Espírito Santo Financial Group está cotada na Euronext Lisboa, na Bolsa do Luxemburgo e na London Stock Exchange.
As actividades do GES alargam-se além do sector financeiro e bancário, através da 'holding' Rioforte, gerindo participações em sectores diversificados, onde se destacam o sector agrícola na América do Sul, cuidados de saúde em Portugal, imobiliário e construção civil nos continentes americano, asiático, africano e europeu e, ainda, hotelaria e turismo na Europa e Brasil.
PERFIL
O comandante que ajudou na reestruturação
António Ricciardi, presidente do Conselho Superior do GES, pertence a um dos ramos mais poderosos da família . Nas reuniões anuais de accionistas, em Lausanne, na Suíça, é ele que preside e o primeiro a falar. Aos 94 anos, o comandante mantém um ritmo de trabalho invejável. Chega ao escritório, em Lisboa, por volta das 9 horas e sai ao final da tarde. Na semana passada, foi um dos protagonistas na corrida à liderança do Banco Espírito Santo : assumiu publicamente que se deve discutir a sucessão a Ricardo Salgado e disse que só não apoiou o filho, José Maria Ricciardi, na moção de confiança pedida por Ricardo Salgado para "evitar a ruptura institucional imediata" do GES.
Há muitos anos que o comandante está habituado a tomar decisões difíceis. Depois de ter estado preso em Monsanto, após o 25 de Abril, partiu para Londres e instalou-se num escritório emprestado pelo Citibank - foi a partir dali que ajudou a reestruturar o grupo. O dinheiro não abundava - os bens foram nacionalizados -, mas havia amizades antigas e o respeito pela família mantinha-se intacto em todo o mundo. A confiança na família e o prestígio empresarial de Ricciardi facilitou o apoio dos investidores. O banco seria reconstruído de fora para dentro. Nos anos 90, o comandante passou a presidente do conselho de administração do BES, um cargo que deixou aos 88 anos.
Hoje, além do trabalho no GES, Ricciardi gosta de fazer esqui (é cidadão honorário da estância de Val d'Isère), na Suíça, e de jogar golfe no Estoril - o comandante é um perfeccionista nesta modalidade e já chegou a classificar-se em segundo lugar num torneio com mais de 100 pessoas.
PERFIL
A herdeira mais poderosa da família
Há uma tradição na família Espírito Santo : apenas os homens cuidam do dinheiro. Essa é uma das razões pelas quais Maria do Carmo Moniz Galvão Espírito Santo Silva nunca se envolveu directamente na gestão dos negócios, mas nem por isso a dona de uma das maiores fortunas do país deixou de os acompanhar. Não só tem assento no Conselho Superior do GES, onde controla a maior posição da família (17%), como ainda é presença assídua nos encontros anuais do grupo. Maior parte do património foi herdado do pai, Fernando Moniz Galvão, que além de ser um relevante accionista do banco e investidor imobiliário, tinha duas empresas importantes: Mocar (anagrama de Carmo), que importava Alfa Romeo e Peugeot, e Santomar, representante da Honda. Um império automóvel que acabou reunido na Santogal. Quando casou com Manuel Ricardo Espírito Santo , em 1954, Maria do Carmo tinha 21 anos - juntaram-se assim dois ramos, formando a maior fortuna do clã (ver infografia). Chegou a presidente do BESCL aos 40 anos, mas faleceu a poucos meses dos 58 anos, após uma cirurgia em Londres. Os filhos assumiriam a gestão dos negócios: Manuel Fernando lidera as áreas não financeiras do grupo, Fernando Manuel ficou responsável pela Santogal. Já as outras filhas, Mafalda e Madalena, estão afastadas dos negócios. Ninita, como a tratam as pessoas mais próximas, nunca foi dada a excentricidades. Amante de viagens, antiguidades e carros desportivos, tem milionários e membros de casas reais no seu círculo de amigos, mas foge de festas, fotógrafos e nunca deu uma entrevista.
Artigo publicado na edição do Diário Económico de 15 de Novembro de 2013.
 

Rottweiler

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La "famiglia" propone il nuovo management:


Família Espírito Santo propõe Morais Pires para CEO e Paulo Mota Pinto para "chairman" do BES
20 Junho 2014, 14:15 por Nuno Carregueiro | [email protected]

A Espírito Santo Financial Group propôs Amílcar Morais Pires para CEO do banco e Paulo Mota Pinto para presidente do Conselho de Administração. Ricardo Salgado, bem como outros administradores, ficam no novo órgão estatutário, denominado Conselho Estratégico.
A Espírito Santo Financial Group solicitou a convocação de uma assembleia geral para 31 de Julho, com o objectivo de eleger uma nova administração. Para CEO propôs Amílcar Morais Pires, e para "chairman" Paulo Mota Pinto, actual deputado do PSD.

Isabel Maria Carvalho de Almeida Bernardino e Ana Rita Gomes Barosa são propostas para integrarem a comissão executiva.



Ecco chi è il nuovo CEO proposto:


Quem é Amílcar Morais Pires?
20 Junho 2014, 10:47 por Alexandra Machado | [email protected]

O nome do administrador financeiro do BES foi aprovado por quatro ramos da família Espírito Santo para substituir Ricardo Salgado. Quem é Amílcar Morais Pires?
Fez a 30 de Maio 53 anos. É com essa idade que poderá chegar à presidência executiva do BES (Banco Espírito Santo).

Amílcar Carlos Ferreira de Morais Pires não é da família Espírito Santo, mas tem sido o braço direito de Ricardo Salgado na gestão executiva do banco.

Chegou a administrador executivo do BES em Março de 2004 e do BES Investimento em 2005.

Em representação do BES é igualmente administrador da Portugal Telecom, tendo o seu nome, a par do de José Maria Ricciardi, sido apontado como futuro administrador da Oi, quando esta absorver a PT. O BES, numa altura em que está a vender activos não financeiros, reforçou na Oi-PT, comprando acções no aumento de capital da Oi.

O discreto Amílcar Morais Pires escalou na estrutura do BES. Antes de ser administrador em 2004 desempenhou as funções de assessor do Conselho de Administração do BES e coordenador do Departamento Financeiro, de Mercados e Estudos do banco.

Amílcar Morais Pires é licenciado em Ciências Económicas pela Universidade Católica Portuguesa. Nasceu em Moçambique em 1961.

O seu nome tem vindo a ser falado para suceder a Ricardo Salgado, mas o estatuto de arguido numa investigação à compra e venda de acções da EDP Renováveis era referido sempre que se falava dessa possibilidade.
 

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