Vespasianus
Princeps thermarum
Marques Mendes su NB.
Nacionalização do Novo Banco – Parece haver um consenso de última hora em torno desta ideia. Não quero ser desmancha-prazeres mas recomendaria muita atenção e prudência.
Nacionalização do Novo Banco – Parece haver um consenso de última hora em torno desta ideia. Não quero ser desmancha-prazeres mas recomendaria muita atenção e prudência.
- Primeiro – Porque há o risco sério de um novo BPN. Há 9 anos quase toda a gente achou bem nacionalizar o BPN. E quase toda a gente achava que não tinha prejuízo para os contribuintes. Nove anos depois, a factura é pesadíssima e ainda não chegou ao fim. Nacionalização tem sido sinonimo de desperdício.
- Segundo – Nacionalizar é, financeiramente falando, igual a dar uma garantia do Estado a um comprador. Obriga o Estado a meter mais dinheiro para capitalizar o Banco, o que agrava o défice e a dívida. Sabe-se como começa, não se sabe em quanto acaba.
- Terceiro – Dificilmente Bruxelas concordará com a nacionalização. Com base, de resto, em compromisso do Governo português. Em carta de 18 de Julho de 2016, dirigida à Comissão Europeia, Mário Centeno comprometeu-se perante Bruxelas a uma de duas coisas: vender o Banco ou liquidá-lo.
- Quarto – Mas se, por hipótese, Bruxelas mudar de ideias e aceitar a ideia de nacionalizar, ninguém se esqueça disto: Bruxelas, nesse caso, só autorizará a nacionalização impondo reestruturações operacionais tão duras e tão pesadas que não serão na prática muito diferentes de uma liquidação. Convém ter os pés bem assentes na terra.
- Finalmente: Se a venda não for de todo em todo possível, sempre poderá haver outras soluções que não a aventura da nacionalização. Mas sobre isso falaremos para a semana.