Negociações com Fosun ficam fechadas na próxima semana
por Ana Margarida PinheiroOntem
Líder da Fosun, Guo Guangchang, só vem a Lisboa com processo bem encaminhado. Para já, negoceia-se em base técnica.
As negociações entre o Banco de Portugal e os chineses da Fosun deverão ficar concluídas até ao final da próxima semana. Esta é a vontade do regulador,
que quer acelerar o processo de venda até ao fim do mês, devido às eleições e também ao prazo das propostas vinculativas que permitem, caso este processo corra mal, avançar para uma quinta fase de venda.
A empresa chinesa que foi chamada na terça-feira passada a sentar-se à mesa das negociações com o regulador já iniciou o diálogo, apesar de a discussão ser ainda muito preliminar e a um nível técnico. Em Lisboa, a representar os chineses tem estado Lingjiang Xu, responsável da Fosun na Europa, que conta com um apoio forte de Magalhães Correia, presidente da Fidelidade, e braço direito do líder do grupo. Também já terão chegado, nos últimos dias, especialistas da Morgan Stanley e da KPMG, as duas entidades que representam o grupo chinês. A vinda do presidente da Fosun, Guo Guangchang, também já está prevista.
O líder do grupo pretende vir a Lisboa já na próxima semana, mas a sua viagem está dependente do andamento das conversas que os seus assessores têm mantido com o Banco de Portugal.
No fundo, Guo só virá quando tiver a certeza de que o negócio tem pernas para andar e de que o Banco de Portugal aceita a proposta já apresentada em agosto e que, na ótica dos chineses, não poderá ser alterada a nível do preço. No entanto, como o Dinheiro Vivo avançou ontem, está em cima da mesa uma dispersão em bolsa que, futuramente, poderá ajudar a reembolsar o Fundo de Resolução, ficando o novo dono com capital para investir em contingências futuras que possam surgir.
Os problemas jurídicos que envolvem o Novo Banco, tanto a nível dos lesados do papel comercial como dos credores de dívida subordinada, continuam a ser um dos grandes problemas do Novo Banco.
Seja como for, fonte próxima do processo garante que não há vontade da parte destes investidores chineses para resolver os problemas do papel comercial do BES e que pesam cerca de meio milhão de euros.
Perante as incertezas e as dúvidas cada vez maiores em relação ao negócio, o Dinheiro Vivo sabe que já existe no seio do Banco de Portugal e do governo quem defenda um adiamento da venda do Novo Banco por mais alguns meses.
O calendário eleitoral também não ajuda e, em vez de um negócio rápido e eficaz, a coligação PSD-CDS-PP teme o efeito que as perdas,
que podem rondar os dois mil milhões de euros, possam trazer para a corrida às legislativas.
Negociações com Fosun ficam fechadas na próxima semana - Economia - DN