Portugal vai continuar a violar o teto do défice público definido no Pacto de Estabilidade neste ano e no próximo, diz a agência de rating Fitch, uma das três que classificam o crédito (dívida) do país como especulativo ou lixo. Num estudo divulgado nesta quinta-feira que faz o ponto da situação sobre a economia a banca (o Novo Banco, basicamente) e as finanças públicas portuguesas (mas que não constitui uma ação de rating, essa só deve acontecer a 19 deste mês), a Fitch faz um retrato sombrio do país.
Diz que o crescimento económico deste ano vai ficar-se pelos 1,2% e que o défice chega a 3,4% do Produto Interno Bruto (PIB) (viola o Pacto de Estabilidade se não tomar providências), acenando assim para a eventualidade de novas “medidas adicionais” que, na opinião da empresa de rating, o governo terá de tomar para conter o deslize orçamental.
O governo mantém uma projeção de crescimento de 1,8% em 2016 e um défice de 2,2% do PIB, embora a Comissão Europeia tenha relaxado a meta deste ano para 2,5% de modo a ser “mais realista”.
Mas, indica a Fitch, as condições económicas e financeiras do país são de tal modo fracas que no ano que vêm, a expansão fica-se pelos 1,3% (apenas mais uma décima do que neste ano) e o défice público só baixa uma défice, para 3,3%.
(DV)