Titoli di Stato area Euro Titoli di stato Portogallo - Tendenze ed operatività

Portugal só regressará ao nível de rendimento anual que gerava em 2008 em 2018. Sem destoar, o desemprego também só voltará à casa dos 8% a 9% de anteriores à recessão no final desta década. Estas são previsões do Banco de Portugal (BdP) que expõem a década que o país perdeu para a grande recessão do inicio do século XXI.

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O cenário traçado pelo banco central afasta os prognósticos mais drásticos para a economia portuguesa, e prevê uma recuperação lenta, mas "mais sustentada da economia portuguesa" assente no investimento e nas exportações.

Ao mesmo tempo, Portugal deverá crescer menos do que a Zona Euro, permanecendo sob a espada dos mercados que pende sobre o financiamento de uma das economias mais endividadas da Europa e que, em termos nominais, crescerá em torno de 2,5% a 3% ao ano até ao final da década – o que justifica a recomendação por mais ambição em reformas estruturais e na consolidação orçamental.

O novo normal: crescimento real de 1,5%

Segundo o Banco de Portugal, o crescimento da economia nacional deverá acelerar de 1,2% em 2016, para 1,4% em 2017, e 1,5% em 2018 e 2019, com a ajuda essencial das exportações e do investimento, que crescerão mais de 4% ao ano, entre 2017 e 2019. Em contraste, o consumo privado crescerá sempre abaixo de 1,5% neste período
, traduzindo, em parte, o esforço das famílias para reduzirem o seu endividamento num contexto de impostos altos e esforço de consolidação que determinará uma quase estagnação do consumo público.

A dinâmica de crescimento em curso permitirá ao País continuar a registar excedentes externos, na casa de 1% do PIB ao ano, o que ajudará a uma redução gradual da dívida externa, estima ainda o banco central, que revela que os resultados não são melhores devido à elevada factura com juros e dividendos pagos ao exterior, e a uma redução prevista do volume de remessas de emigrantes enviadas para Portugal. É que o excedente da balança comercial, considerando bens e serviços, rondará os 1,8% do PIB ao ano até 2019.

Perante estas previsões, o boletim económico do Banco de Portugal identifica "um padrão de crescimento mais sustentado, caracterizado pela continuação da reorientação de recursos para sectores mais expostos à concorrência internacional e mais produtivos, pela manutenção de um excedente nas contas externas e pelo prosseguimento do processo de redução do endividamento do sector privado não financeiro", lê-se no documento, onde se destaca também que "a recuperação da actividade será acompanhada por uma continuação da melhoria gradual da situação no mercado de trabalho". A taxa de desemprego baixará para 8,5% em 2019, o mínimo de uma década.

(JdN)
 
Segundo o estudo, “o padrão de crescimento económico projetado – onde as componentes com uma evolução mais dinâmica que o PIB são as exportações e a FBCF [investimento fixo] – é compatível com uma recuperação mais sustentada da economia portuguesa, em particular numa situação em que se mantém uma capacidade de financiamento junto do exterior e se projetam reduções adicionais dos níveis de endividamento do setor privado”.

O banco central projeta uma aceleração das exportações líquidas totais [sem importações] de 3,7% este ano para 4,8% no próximo, referindo que os exportadores continuarão a ganhar quota de mercado aos concorrentes. As vendas vão crescer mais rápido do que a procura externa relevante, “continuando a ser a componente da procura com maior contributo para o crescimento da atividade”. O supervisor destaca ainda a “recomposição” da procura interna, marcada pela “moderação do consumo privado” e pela tal “recuperação” do investimento, “em particular da componente empresarial”, após uma queda em 2016.

Para o Banco governado por Carlos Costa, “estes traços são consistentes com um padrão de crescimento mais sustentado, caracterizado pela continuação da reorientação de recursos para sectores mais expostos à concorrência internacional e mais produtivos, pela manutenção de um excedente nas contas externas e pelo prosseguimento do processo de redução do endividamento do sector privado não financeiro”.

Além disso, o BdP congratula-se com o facto da retoma agora prevista ser “acompanhada por uma continuação da melhoria gradual da situação do mercado de trabalho”

Banco de Portugal elogia modelo económico do governo
 
Não é o único, mas Portugal continua a beneficiar de uma ajuda significativa dos programas de apoio do Banco Central Europeu. Nesta altura, a taxa de juro justa a pagar estaria acima de 5%.

Se não fosse o chamado “efeito BCE”, Portugal estaria neste momento a pagar acima de 5% de juros. Esta seria a taxa de juro justa, tendo em conta os fundamentais da economia, em vez dos atuais juros em torno de 3,7% que a República está a pagar. A pressão dos mercados de dívida está a preocupar a equipa das Finanças, sabe o ECO.

Foi há precisamente um ano que a instituição liderada por Carlos Costa estimou o impacto das medidas de apoio do Banco Central Europeu (BCE), nos juros que estão a ser cobrados à economia portuguesa para se financiar. Mas tendo em conta o último Boletim Económico do Banco de Portugal, a análise dos fundamentais não se terá alterado substancialmente.

Somando os mesmos cerca de 200 pontos base à taxa de juro da dívida pública, para achar qual seria o “preço justo”, verifica-se que esse valor é, agora, preocupantemente elevado. Com os juros da dívida pública, em mercado secundário, em torno de 3,7%, quer dizer que se não fosse o programa de compra de dívida do BCE e as outras medidas de estímulo que estão no terreno, Portugal teria os juros acima dos 5%.

O valor preocupa: basta ver que a economia cresce, em termos nominais, a um ritmo muito mais baixo, em torno de 3%. Isto quer dizer que para baixar o peso da dívida no PIB é preciso sustentar, ano após ano, excedentes primários orçamentais significativos. É um futuro de aperto nas finanças públicas que se perspetiva.

Num pequeno-almoço organizado pela AT Kearney, esta semana, o ministro das Finanças, Mário Centeno, assumiu que está preocupado com o financiamento da economia e com o sistema financeiro, sabe o ECO. Além disso, o assunto está a ser acompanhado de perto pela equipa de peritos das Finanças.


Os técnicos estão preocupados com os desenvolvimentos esperados para o próximo ano, tanto na zona euro, como nos EUA, que deverão trazer um incentivo baixo para que se tomem medidas muito significativas. Mesmo que a reestruturação da dívida portuguesa fosse o movimento mais sensato, abrir esse dossier em 2017 é praticamente impossível, assume uma fonte, ao ECO.

Primeiro, embora Mario Draghi, presidente do BCE, tenha garantido uma extensão do programa de compra de dívida, é assumido que a pressão para diminuir essa intervenção venha a aumentar, à medida que os EUA retirem os seus próprios estímulos e subam juros. Ou seja, a tendência é para Portugal ver os juros agravar-se progressivamente.

A isto somam-se três atos eleitorais relevantes a acontecer em 2017, no quadro do euro: Itália, França e Alemanha vão a votos. E enquanto as eleições não acontecerem, pelo menos, na Alemanha, haverá pouco incentivo para que Draghi reforce garantias de que fará tudo o que for preciso para salvar o euro.

O Brexit e a instabilidade em Espanha — que também é reforçada pelo impacto muito relevante que a saída do Reino Unido da União Europeia terá na sua economia — são outros dois problemas.

O que pode o Governo fazer?

O Banco de Portugal deixa várias pistas ao Executivo — continuar as reformas estruturais nos mercados de produto e de trabalho, manter a consolidação orçamental, melhorar as condições do sistema financeiro, manter o quadro fiscal estável — mas dá um conselho fundamental: é preciso pôr o pé no acelerador.

"A natureza temporária do atual conjunto alargado de medidas não convencionais de política monetária na área do euro reforça a importância e urgência de progressos estruturais.”

Banco de Portugal – Boletim de dezembro, 2016

Do lado do Tesouro, a gestão de recursos tem sido prudente, com a manutenção de excedentes de tesouraria elevados e financiamentos a prazos mais curtos para aproveitar os juros mais baixos. Mas parte desse excedente de tesouraria o mercado já assumiu que seguirá direto para a Caixa Geral de Depósitos, no início de 2017, e os financiamentos de mais curto prazo obrigam a um roll-over mais frequente da dívida.

Mesmo assim, na última ida a mercado, no final de novembro, o IGCP já pagou mais por 700 milhões de euros, a cinco anos. O juro ficou em 2,112%, acima dos 1,751% que tinham sido conseguidos em outubro de 2015, numa colocação de dívida também a cinco anos. Uma semana antes, a agência que gera a dívida pública emitiu 1.500 milhões de euros em títulos de curto prazo. E também neste leilão os custos de financiamento agravaram-se.

(ECO)
 
A taxa de vagas de emprego na União Europeia estava, no terceiro trimestre do ano, em 1,8%, uma estabilização desde o início do ano. Já entre os estados-membros da Zona Euro, a média é de 1,6%, de acordo com os dados divulgados esta quinta-feira, 15 de Dezembro, pelo Eurostat.

Portugal é o país, à semelhança de Espanha, com a taxa mais baixa da Zona Euro – 0,7% - o que também representa uma estabilização desde o início do ano.

A taxa mais elevada entre os estados-membros da União Europeia encontra-se na República Checa, com 3,1%.

Por sectores, na indústria e construção a taxa média de vagas de emprego situou-se nos 1,4%, na União Europeia, e nos 1,3%, na Zona Euro. Portugal registou uma melhoria passando de 0,4%, no segundo trimestre, para 0,6%, no trimestre terminado em Setembro. Já nos serviços a média europeia é da 2,1% e na Zona Euro é de 2,0%, enquanto Portugal regista uma taxa de 1,3%.

(JdN)

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No primeiro mês após o verão, o fluxo turístico nacional não abrandou. Pelo contrário, em outubro tanto o número de hóspedes como de dormidas avançaram mais de 12% face a setembro. O ritmo de aceleração mensal é quase duas vezes maior do que a do mês anterior. “A hotelaria registou 1,8 milhões de hóspedes e 5 milhões de dormidas em outubro de 2016, correspondendo a aumentos homólogos de 12,7% e 12,4%, superando significativamente os do mês anterior (+8,4% e +7,3%)”, revela o INE esta quinta-feira.

O aumento das dormidas ficou a dever-se tanto ao contributo do mercado nacional, que avançou 12,5%, como o externo, que cresceu 12,3%. Mais uma vez uma aceleração visível face a setembro. Já os proveitos cresceram 19,9% (proveitos totais) e 21,3% (de aposento). Porém, a estada média passou para 2,75 noites em outubro, o que significa uma ligeira quebra (-0,3%) mensal. Com o impulso de outubro, o número de turistas recebidos durante o total do ano aproxima-se cada vez mais da linha que rompe o recorde de 2015. A hotelaria nacional recebeu, no ano passado, 17,4 milhões de hóspedes, responsáveis por 48,9 milhões de dormidas. Neste momento, Portugal já conta 16,9 milhões de hóspedes, um total de 48,1 milhões de dormidas.


(DV)
 
O valor concedido pelas instituições financeiras em crédito ao consumo abrandou em Outubro. Apesar do número de novos contratos celebrados para este tipo de financiamento ter aumentado, o montante emprestado diminuiu ligeiramente face a Setembro.

O valor dos contratos de crédito ao consumo atingiu, em Outubro, os 511,9 milhões de euros, abaixo dos 513,6 milhões registados um mês antes, avança um comunicado do Banco de Portugal. Apesar da ligeira descida de 0,3% do montante financiado, o número de novos contratos situou-se em 123.513, o que representa um aumento mensal de 1,6%.

Apesar da evolução negativa face a Setembro, os valores concedidos em crédito ao consumo permanecem em níveis elevados, com este tipo de financiamento a superar pelo segundo mês consecutivo a barreira dos 500 milhões de euros, o que apenas tinha acontecido em Março, quando foi alcançado o recorde de 537 milhões.

O crédito pessoal continua a ser o segmento com maior proporção no crédito ao consumo, representando 46% do valor total. Foram concedidos 235,5 milhões de euros para esta finalidade, um montante 1% inferior aos 237,9 milhões registados em Setembro, mês em que fixou um novo recorde.

Ao contrário do crédito pessoal, o financiamento para a compra de carro aumentou muito ligeiramente. A soma das várias modalidades de crédito automóvel atingiu, em Outubro, 191,7 milhões de euros, um valor que compara com os 191,67 milhões registados em Setembro. Destaque para o crédito com Locação Financeira ou ALD para carros usados, que subiu 9,4% para 5,2 milhões de euros.

Na terceira rubrica que compõe o crédito ao consumo (Cartões de Crédito, Linhas de Crédito, Contas Correntes Bancárias e Facilidades de Descoberto) o aumento em Outubro foi de 0,6% para 84,7 milhões de euros.

(JdN)
 

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