Para as famílias portuguesas, os anos de aperto orçamental continuam. Entre março de 2015 e março de 2016, as famílias gastaram menos 4,2% quando comparado com o período anterior. É assim desde 2011.
Mais um ano, e as famílias portuguesas continuam a apertar o orçamento. Entre março de 2015 e março de 2016, as famílias em Portugal gastaram menos 4,2% em termos reais, quando comparado com o período entre 2014 e 2015. Os dados foram revelados, esta segunda-feira, pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Uma análise à vista desarmada poderá fazer parecer que as famílias alargaram os seus orçamentos. A despesa média anual dos agregados familiares em Portugal foi de 20.916 euros, um valor 2,6% acima dos 20.391 euros gastos no período de março de 2014 a março de 2015.
Contudo, este ligeiro aumento detetado pelo INE ficou a dever-se apenas à variação dos preços. Quando a análise é feita em volume (isto é, eliminando o efeito preço), verifica-se que as famílias gastaram, em média, menos 4,2% do que no ano anterior. Daí que o organismo de estatísticas conclua que, “em volume, as despesas médias das famílias diminuíram entre 2010/2011 e 2015/2016.”
Segundo o INE, o dinheiro das famílias em Portugal continua a ser maioritariamente direcionado para bens de primeira necessidade: mais de 60% é gasto em habitação, transportes e alimentação. Os gastos com a casa consomem a maior fatia (31,8%) e os transportes e a alimentação têm um peso semelhante (14,7% e 14,4%, respetivamente). Os números permitem ainda verificar que as famílias com crianças dependentes gastam muito mais do que as outras: a diferença é de 44%.
O INE explica ainda que a média nacional do valor gasto anualmente pelas famílias esconde algumas disparidades significativas, por região. A área metropolitana de Lisboa é a única que apresenta um valor acima da média (em 14,6%), enquanto todas as outras estão aquém. A região autónoma dos Açores é a que está mais abaixo da média (a diferença é de 17,9%), seguida pelo Alentejo (14,4%) e pela região da Madeira (onde se gasta menos 11,7% do que a média).
(ECO)