Titoli di Stato area Euro Titoli di stato Portogallo - Tendenze ed operatività (2 lettori)

Vespasianus

Princeps thermarum
O Estado português pode ficar com uma parcela de até 25% do Novo Banco directamente, por exemplo, através da Parpública ou indirectamente, através do Fundo de Resolução, se a Comissão Europeia aceitar esta última hipótese.
As conversações do Governo com Bruxelas sobre este assunto estão em curso e a solução ainda não está fechada, dela dependendo igualmente o encerramento das negociações com a Lone Star.

Em causa está saber se a Comissão Europeia admite que o Novo Banco mantenha o estatuto de instituição de transição que está na lei que actualmente rege aquela instituição ou se Bruxelas defende que esta solução não é possível.


Se o estatuto provisório poder ser mantido, a propriedade de 25% do Novo Banco ficará na posse do Fundo de Resolução que agora o detém na íntegra
, explicou ao PÚBLICO um responsável do Governo. Neste caso o Estado teria a posse indirecta dos 25% já que o Fundo de Resolução vive com um empréstimo do Estado português.

O problema é que a lei actual sobre o Novo Banco estipula que a venda tem que ser integral. Ora pela lógica da própria lei, se o Fundo de Resolução vender só 75% tem de haver alteração à lei para que este Fundo possa permanecer com 25%, uma vez que não será feita uma venda integral e definitiva.

Se Bruxelas não aceitar esta solução, então o Governo opta por comprar os 25% através de uma entidade pública, como por exemplo a Parpública.

Em qualquer dos casos esta operação não deverá ter custos para o Orçamento do Estado, garantiu ao PÚBLICO o mesmo responsável governamental. Isto porque se o Estado comprar, quer directa, quer indirectamente, não terá de desembolsar nenhuma verba já que mesmo que seja uma entidade pública a ficar com 25% da propriedade, o valor da compra é abatido ao empréstimo que o Estado fez ao Fundo de Resolução.

Acresce a isto que o valor da venda do Novo Banco será necessariamente baixo, já que a instituição tem um valor negativo. Tanto que a Lone Star acordará em fazer um investimento inicial de mil milhões de euros, enquanto o Estado não investirá nenhuma verba.

De acordo com um responsável governamental ouvido pelo PÚBLICO, esta solução tem a vantagem da nacionalização, sem o Estado ter de injectar dinheiro e sem afectar o défice.

A solução de optar por que 25% do Novo Banco fique directa ou indirectamente no Estado surgiu como saída para o facto de o Governo ter recusado a exigência da Lone Star de que houvesse uma garantia de que o Estado português assumiria futuras imparidades que viessem a ser descobertas naquele banco.

Por outro lado, com uma participação directa ou indirecta, o Estado português fica com uma posição na gestão do banco que permitirá controlar e assegurar que aquela instituição bancária não é desmantelada e que Lone Star não age como fundo “abutre”, mas como fundo de investimento.

De acordo com as informações recolhidas pelo PÚBLICO, o objectivo é ainda prevenir que mais tarde, a participação do Estado possa ser vendida a capital privado português, ou seja, os 25% poderem ser alienados a investidores portugueses noutra conjuntura de mercado.

(PUB)
 

Vespasianus

Princeps thermarum
Da presentazione IGCP agli investitori, profilo e gestione del debito portoghese.


Schermata 2017-03-03 alle 09.51.32.png


Schermata 2017-03-03 alle 09.54.00.png
Schermata 2017-03-03 alle 09.57.02.png
Schermata 2017-03-03 alle 09.57.12.png
Schermata 2017-03-03 alle 09.57.30.png
Schermata 2017-03-03 alle 09.58.55.png
 

Vespasianus

Princeps thermarum
PMI Markit composito eurozona a febbraio.

Schermata 2017-03-03 alle 10.47.50.png
Schermata 2017-03-03 alle 10.47.53.png




Chris Williamson, Chief Business Economist presso IHS Markit ha detto:

“Il PMI finale descrive un quadro di un’economia dell’eurozona che inizia a lavorare a pieno regime.

“A febbraio, la crescita è accelerata in tutte e quattro le nazioni principali mostrando una ripresa sempre più sostenibile e robusta. In questo primo trimestre sia la Francia che la Germania sembrano puntare a raggiungere una crescita dello 0.6%, con la Spagna in corsa per almeno lo 0.7%. L’Italia fatica a tenere il passo, godendosi tuttavia il migliore incremento in oltre un anno, con la possibilità di veder crescere il proprio PIL a 0.4% durante il primo trimestre.


“Il miglioramento generale di questo primo trimestre sta spingendo il PMI dell’eurozona su un terreno di crescita del PIL dello 0.6.
Anche il mercato del lavoro sta iniziando a dare buoni risultati, con la più rapida creazione occupazionale in circa dieci anni.


L’accelerazione della crescita, l’occupazione ed i prezzi indicati dall’indagine, suggeriscono che gli analisti inizieranno a chiedersi quando la BCE ridurrà gli stimoli. E’ tuttavia possibile che nei prossimi mesi l’enfasi della banca centrale si mantenga quieta, concentrandosi sugli ostacoli che l’economia incontrerà nel 2017, nello specifico la necessità di una strategia accomodante di fronte alle incertezze politiche
.”
 

Vespasianus

Princeps thermarum
Mercoledì asta di OT con scadenza 2020 e 2026 per un ammontare complessivo di 1-1,25 mld.


O IGCP revelou esta sexta-feira, 3 de Março, que vai avançar na próxima semana com um duplo leilão de obrigações do Tesouro, com objectivo de encaixar entre mil e 1.250 milhões de euros.


O instituto que gere a dívida do Estado vai emitir títulos com maturidade em 15 de Junho de 2020 e 21 de Julho de 2026. Os leilões vão decorrer a 8 de Março, quarta-feira, pelas 10:00.

Portugal regressa assim à emissão de dívida de longo prazo, depois de a 8 de Fevereiro ter concretizado o primeiro leilão de Obrigações do Tesouro de 2017.

No início do mês passado o Portugal colocou 1.180 milhões de euros em dívida a 5 e 7 anos, tendo suportado as taxas mais elevadas desde a saída da "troika". Em Janeiro o IGCP realizou uma emissão sindicada de dívida a 10 anos.

O Tesouro pretende entrar em 2018 com uma almofada financeira que permita assegurar 40% das necessidades de financiamento desse ano. Foi a indicação dada pela agência que gere o crédito público, o IGCP, na última apresentação feita a investidores, em que deixou inalteradas as metas para o financiamento a obter durante 2017.

"O IGCP pretende obter 15 mil milhões de euros no mercado de capitais e mais de dois mil milhões de euros junto do retalho para pré-financiar cerca de 40% das necessidades de 2018", é referido no documento com data de 24 de Fevereiro e divulgado esta semana no site da entidade liderada por Cristina Casalinho.

(JdN)
 

Vespasianus

Princeps thermarum
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) já deu início ao road show para vender a dívida subordinada que vai emitir, no âmbito do processo de recapitalização aprovado por Bruxelas. Em causa está a emissão de títulos de dívida de elevada subordinação no valor de 500 milhões, operação que deverá ocorrer no final de março ou início de abril. Mas esta emissão não é para todos. O banco público esclarece que é dirigida exclusivamente a grandes investidores. De fora ficam os clientes particulares ou empresas.

A CGD está a preparar uma emissão de dívida subordinada AT1 (additional tier 1). Ou seja, que conta para o capital do banco. Em causa estão 500 milhões de euros de dívida de elevado risco, com taxas de juro que devem rondar os 8% a 10%.

Mas, pelas suas características, esta emissão não é para todos os investidores. Apenas para os institucionais. “Pelas suas características de subordinação e tratando-se de dívida perpétua, esta emissão é dirigida exclusivamente a investidores institucionais, nomeadamente fundos de investimento e hedge funds, fundos de pensões e seguradoras“, esclarece a Caixa num comunicado enviado às redações.

Por isso, “não haverá colocação desta emissão junto de clientes particulares ou empresas, bem como junto de entidades públicas, nos termos do acordo com a DG Comp”, explica o banco do Estado.

Contactado pelo ECO, um analista do setor já tinha explicado que os investidores que compram este tipo de dívida são normalmente fundos, muitos deles especializados neste tipo de produtos financeiros. Um apetite que tem sido crescente, levando a que a generalidade das obrigações já colocadas pelos bancos europeus estejam a valorizar.

(ECO)
 

Vespasianus

Princeps thermarum
Dalle note di Marques Mendes: assedio a Carlos Costa, economia in crescita, elezioni in Francia.


O CERCO A CARLOS COSTA
Segundo diz a imprensa, há um braço de ferro entre Carlos Costa e Mário Centeno sobre a nomeação da nova Administração do Banco de Portugal, alegadamente com nomes vetados pelo Governo. É, na prática, um cerco a Carlos Costa. Com a agravante de tudo estar na praça pública.
Eu diria o seguinte:
a) Primeiro: se o Governo quer substituir Carlos Costa que o faça. Que assuma essa decisão, com firmeza e frontalidade. Agora, se não quer ou não o pode fazer, então não lhe faça a vida negra, não o fragilize ainda mais.
  • Andar na praça pública a divulgar que o nome X foi vetado ou que o nome Z foi recusado ou a impor nomes pela porta do cavalo não é sério. Só fragiliza o Banco de Portugal e só ameaça a sua independência.
b) Segundo: este braço de ferro entre Governo e Governador é tão mau, tão mau, que este é um caso que justifica plenamente, a meu ver, a intervenção e a mediação do Presidente da República.
  • Marcelo Rebelo de Sousa já mediou outros conflitos e com sucesso. Modestamente, eu recomendaria uma intervenção do Presidente da República para pôr bom senso na situação e ordem na casa.
  • E com rapidez. Antes que seja tarde.

ECONOMIA A CRESCER
Os dados divulgados esta semana pelo INE mostram algumas realidades positivas da economia nacional. A saber:
  • A economia está a crescer (2% no último trimestre de 2016);
  • As exportações em alta (aumento de 6,4% no último trimestre);
  • O investimento está a recuperar (um crescimento de 3,9% no último trimestre);
  • A confiança dos consumidores e dos investidores regressou;
  • O desemprego está a baixar. O emprego está a aumentar.
  • São boas notícias de 2016 que auguram boas indicações para 2017.
Mas é preciso não abrandar o passo. Ter um crescimento maior e um crescimento sustentável. Como recordou o PR, temos de crescer mais. Acima de 2%. E para isso é essencial sobretudo "puxar" pelo investimento, o nosso grande calcanhar de Aquiles. Seja através dos fundos estruturais, seja por via da aposta na competitividade fiscal.

No entretanto, entre Teodora Cardoso, o PM e o Presidente da República houve uma "troca de galhardetes" acerca do défice. Eu diria que todos têm razão.
a) Têm razão o PR e o PM. O défice de 2016 não foi um milagre. Foi uma grande vitória do país e dos portugueses.

b) Teodora Cardoso, por seu lado, também tem razão. Algumas medidas adoptadas em 2016 (cativações e perdões fiscais, por exemplo) são irrepetíveis no futuro. E, portanto, é preciso ter cuidado com os triunfalismos.


ELEIÇÕES EM FRANÇA
Estamos a pouco mais de um mês e meio de umas eleições decisivas. Para a França e para a União Europeia. Se Marine Le Pen, por hipótese, fosse eleita Presidente de França, provavelmente acabava a União Europeia. Por isso, depois do que sucedeu nos EUA, no Reino Unido e em Itália, anda tudo assustado.

Há neste momento três dados curiosos:
a) Primeiro: a direita está em crise. François Fillon era há um mês o mais provável futuro Presidente de França. Agora está de restos, com as investigações de que está a ser alvo. E falta saber se não irá desistir.

b) Segundo: a esquerda está antecipadamente derrotada. Hollande ficou pelo caminho e o candidato socialista está praticamente arrumado.

c) Terceiro: um caso surpreendente. Macron pode ser o futuro Presidente.
  • Não é um ex-PM (como Fillon ou Juppé);
  • É novo e sem experiência política;
  • E não tem partido (o que pode ser uma vantagem eleitoral, mas é uma enorme desvantagem a seguir, quando tiver de governar);
  • Mas tem grandes hipóteses de vencer. Não estando colado aos vícios partidários e situando-se ao centro, pode passar à segunda volta e, mais facilmente do que Fillon, concentrar os votos da direita democrática e da esquerda para derrotar a extrema-direita.
A boa notícia: apesar da força que tem (e convém não a desvalorizar), Marine Le Pen não vai ganhar as eleições. E a Europa respirará de alívio.


Governo ou substitui Carlos Costa ou então não o fragilize mais
 

Vespasianus

Princeps thermarum
PMI Markit vendite al dettaglio, febbraio.

Alex Gill, economist at IHS Markit which compiles the Eurozone Retail PMI survey, said:

“A divergence in retail sector performance across the euro area persisted in February, with German and French retailers enjoying a further rise in sales while their counterparts in Italy endured a fourteenth successive decline. That said, retail companies across the eurozone took on additional staff members, partly indicative of firms’ optimism with regard to their near-term outlook for sales growth. Meanwhile, strong competitive pressures, combined with a further marked rise in average input costs, continued to squeeze gross margins.”


Schermata 2017-03-06 alle 11.35.07.png


Schermata 2017-03-06 alle 11.35.28.png
Schermata 2017-03-06 alle 11.36.37.png
Schermata 2017-03-06 alle 11.36.45.png
 

Vespasianus

Princeps thermarum
Investor sentiment in the euro zone improved more than expected in March, hitting its highest level in almost 10 years on Monday, as concerns that global political risks could end an economic upswing dissipated.

The Frankfurt-based Sentix research group's euro zone index rose to 20.7 points, reaching its highest level since August 2007. It was above the consensus reading of 18.5 in a Reuters poll of analysts. EUSTCS=ECI

"All the expectation components for the global economic regions rose and cast the decline of last month in a new light," Sentix said in a statement. "Therefore the potential threat of a sudden halt to the economic recovery is off the table."

The index had last month edged down to 17.4 from 18.2 in January on concerns that U.S. President Donald Trump's policy course would weigh on the global economy.
A sub-index measuring investor assessment of the current situation in the euro zone also rose to its highest level since May 2011.

An index tracking Germany, the euro zone's largest economy, rose to 34.1 from 31.3 in February. The indices for the United States and Japan also rose.

"Trump's motto 'Make America great again' is having an effect," Sentix wrote.
U.S. stocks have risen to record highs since Trump's election after he vowed to remove some of the regulations introduced after the financial crisis and to boost spending on the military and infrastructure.

"In addition to the main regions, the positive economic momentum for emerging markets is retained," Sentix said. It noted that

Sentix polled 1,081 investors March 2-4.

(Reuters)
 

Vespasianus

Princeps thermarum
ARC Ratings ha migliorato la prospettiva per il debito portoghese: da 'negativa' a 'stabile'.


London, March 3, 2017, ARC Ratings, S.A. (ARC) has changed the outlook to stable from negative on Portugal’s “BBB-“ long-term foreign and local currency issuer ratings. In addition, the agency affirmed Portugal’s foreign currency and local currency country ceilings of “A” and short-term sovereign ratings of "A-3”. All ratings assigned are unsolicited.

Portugal (and, more broadly, the EU) had a much stronger second half of 2016 than expected – the 1.0% to 1.2% expectations that were consensual in September were replaced by growth of 1.9% in the second half of the year, with the performance improving throughout the year, closing the year at its best and providing a strong base for 2017. This turnaround was based on the surprising resiliency of the European economy to the multiple shocks it suffered in the second half of the year – especially to Brexit –, on the crescent belief amongst economic agents that Portugal’s government solution is durable and, more importantly, that the government has a pragmatic approach to the fiscal consolidation process and to the maintenance of most of the relevant economic reforms, and to the continued improvement of confidence levels, employment and disposable income that led to the increase of consumption growth (but much more limited than originally forecasted by the government) and investment. Furthermore, the results obtained on the fiscal front increased the support from EU peers and institutions to Portugal. Goods exports also proved to have significant resilience to the fall of the Angolan market and tourism continued its’ very positive trajectory. For 2017 and 2018 growth is expected to rise above 1.5%, based on the improvement of investment and exports. This means the return to a GDP growth level – quantitatively and qualitatively – much more compatible with Portugal’s rating level, which along with the proved government resiliency, pragmatism and commitment to fiscal consolidation and the consequent increased support from EU peers and institutions to Portugal justifies the change in outlook.


RATING RATIONALE

The key rating drivers supporting Portugal’s “BBB-” foreign and local currency ratings are:
  • Institutional strengths that have underpinned Portugal’s crisis management successes in stabilizing its economy.

  • Continued commitment to fiscal consolidation.

  • A proven willingness and capacity to safeguard the stability of a financial system plagued by crisis and years of imprudent credit policies.

  • Proactive debt management that contains the risks associated with Portugal’s large government debt above 130% of GDP.

  • Improving employment statistics, although below pre-crisis levels.

  • Continued access to liquidity from the ECB and the financial markets.

  • A policy environment in the Eurozone that is cognizant of deflation risks.

  • Eurozone membership that provides the institutional framework for economic management, and a proven source of emergency liquidity.

The key constraints on Portugal’s credit ratings are:
  • A history of lacklustre growth performance even in the pre-crisis period when liquidity (and borrowing) was buoyant. The post-crisis rebound remains sluggish. The economy is more reliant on exports, but the trajectory of policy is more populist, potentially eroding nascent competitiveness gains.

  • A generally uncompetitive economy that has manifested itself in large current account deficits pre-crisis. Improved competitiveness has broadly eliminated these deficits, a trend that has also been assisted by the recession effects, low oil prices and the strong performance of tourism sector. Signs of greater longer-term equilibrium for the current account deficit are evident, and increasingly becoming a positive ratings factor.

  • A large government debt that renders the country vulnerable to swings in market confidence. The combination of a large debt, exposure to this debt by resident banks, and weak growth prospects means Portugal’s vulnerabilities are likely to remain high.

  • An over-leveraged economy with high levels of corporate indebtedness and an historical bias towards debt accumulation rather than equity financing (albeit, slowly, this is changing). Corporate indebtedness and the high level of NPLs (15.7% of corporate loans at the end of 2016) dampen prospects for investment and growth.

  • Effects of Brexit and contagion risks related to questions about the durability of the Eurozone project itself could exacerbate formidable liquidity pressures.
(dal rapporto ARC)
 

Vespasianus

Princeps thermarum
O BCE comprou 656 milhões de euros de Obrigações do Tesouro portuguesas em Fevereiro. É um novo mínimo, depois de em Janeiro as aquisições terem travado a fundo para 688 milhões de euros. E fica bem abaixo da meta implícita pela chave de capital de Portugal no banco central, que implicaria compras em torno de 1.400 milhões de euros. Mas desde Junho do ano passado que as compras do Eurosistema ficam bem abaixo deste valor, com os montantes a caírem de mês para mês. E em Fevereiro foram cerca de metade do mesmo mês do ano anterior.

A redução do ritmo das compras de dívida portuguesa é explicada pela falta de títulos disponíveis para serem alvo das aquisições do banco central. Segundo as regras do programa de compras de títulos do sector público (PSPP), o BCE não pode deter mais de 33% de uma linha de OT ou do total dos títulos considerados para efeito do programa. E, como uma parte significativa da dívida portuguesa está nas mãos de credores oficiais, não existem títulos suficientes para que o BCE cumpra com a meta implícita.

"Periodicamente, o montante de compras de dívida pública de cada jurisdição é calibrado de modo a assegurar que as mesmas serão mantidas até ao final do programa, que está previsto, pelo menos, até Dezembro de 2017", segundo o Banco de Portugal. Acrescenta que "neste enquadramento, está sempre assegurado que as compras de dívida pública portuguesa irão ocorrer até à data final de implementação do PSPP, sendo que novas emissões de dívida pública permitem aumentar o montante de dívida disponível para compra".

No entanto, apesar de Portugal já ter feito operações de financiamento este ano, o ritmo das compras é cada vez menor. E o FMI estima que se mantenham nestes valores até ao final do programa, que o BCE indica que pode ser no final deste ano. "Quando as regras do programa impedem as compras em linha com a meta de um determinado país, iniciam-se as compras substitutas, de obrigações de emitentes supranacionais, de modo a preencher esse diferencial", explica o Banco de Portugal.

Em Dezembro, o BCE anunciou algumas alterações aos parâmetros do programa. Além de estender as compras até final de 2017, se bem que a um ritmo menor a partir de Abril, mudou algumas das regras das compras, de forma a ter títulos disponíveis para assegurar a execução do programa. No entanto, considerou existirem constrangimentos legais e institucionais para aumentar o montante por linha e por emitente, preferindo deixar cair a limitação de não poder comprar títulos com taxa abaixo da taxa de depósito (que é actualmente de -0,40%).

Mais recentemente, nos relatos da reunião de política monetária de Janeiro, divulgados em Fevereiro, o BCE admitiu a necessidade do programa ter uma maior flexibilidade, referindo que "desvios limitados e temporários [da chave de capital] são possíveis e inevitáveis". No entanto, os responsáveis do banco central continuam a indicar que apesar dessa flexibilização, o limite por linha e por emitente não deverá ser flexibilizado, o que leva a que as compras mensais fiquem bastante abaixo da meta implícita.

(JdN)
 

Users who are viewing this thread

Alto