Titoli di Stato area Euro Titoli di stato Portogallo - Tendenze ed operatività (3 lettori)

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Asta di BT a 6 e 12 mesi mercoledì.


Portugal vai voltar na próxima quarta-feira, 17 de Maio, a pedir dinheiro emprestado aos investidores. A agência que gere a dívida pública agendou um leilão de dívida de curto prazo em que prevê arrecadar até 1,5 mil milhões de euros.

"O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 17 de Maio pelas 10:30 horas dois leilões das linhas de bilhetes do Tesouro com maturidades em 17 de Novembro de 2017 e 18 de Maio de 2018, com um montante indicativo global entre 1250 milhões de euros e 1500 milhões de euros", indica uma nota da agência presidida por Cristina Casalinho.

Em causa está a reabertura da linha de bilhetes do tesouro com maturidade dentro de seis meses e o lançamento de uma série de bilhetes do tesouro que têm de ser reembolsados dentro de um ano. O montante que caberá a cada prazo é só definido durante a operação e consoante a procura, como habitualmente.

O montante indicativo avançado para a emissão é idêntica à que consta das linhas de actuação para o segundo trimestre para o programa de financiamento de 2017. Além desta emissão, o IGCP realizou um leilão de bilhetes do tesouro em Abril e estima realizar outro em Junho no trimestre.

Além dos bilhetes do Tesouro, o financiamento previsto pela agência que gere a dívida pública também é feito através de obrigações, com maturidade mais longas. Esta quarta-feira, Portugal financiou-se em 1.250 milhões, o valor máximo pretendido, com taxas mais baixas do que em operações idênticas.

Estas são operações no mercado primário, em que o Estado coloca directamente os títulos de dívida junto dos investidores. No mercado secundário, onde os investidores negoceiam entre si essa dívida, as rendibilidades exigidas para comprar dívida portuguesa têm vindo a recuar. Hoje, a taxa de juro implícita das obrigações a dez anos fixou um novo mínimo desde Novembro de 2016 abaixo dos 3,4%.

(JdN)
 

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Numa análise hoje divulgada aos resultados de 2016 das principais instituições financeiras, a DBRS afirma que, apesar dos prejuízos elevados, ainda reportados em vários casos, os bancos deram passos o ano passado na melhoria da rentabilidade e na 'limpeza' dos balanços, melhorando a qualidade dos activos.

Além disso, afirma, os planos de reestruturação com redução de custos que os bancos começaram a implementar são também importantes na futura geração de receitas.

Já sobre este ano, a agência de notação financeira diz que "a prioridade deve ser o regresso aos lucros nas suas operações domésticas" - ou seja, na actividade em Portugal - e a execução dos planos de redução de créditos problemáticos e não produtivos, que continuam entre os mais altos da Europa.

"No entanto, a DBRS considera que, após recentes acções para reforçar as suas posições de capital durante o primeiro trimestre de 2017, os bancos portugueses estão mais bem posicionados para enfrentar estes desafios", acrescenta.

A análise hoje da DBRS centra-se nos bancos CGD, BCP, Novo Banco e Montepio.

(JdN)
 

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O ex-líder do PSD, Marques Mendes, anunciou este domingo que as “boas notícias” devem continuar para o país, revelando que “o Instituto Nacional de Estatística pode confirmar segunda-feira um crescimento de 2,4% no primeiro trimestre de 2017 “, o que, garante, não acontecia há quase sete anos (“desde o segundo trimestre de 2010”). No seu comentário semanal na SIC, o antigo presidente do PSD revelou ainda que o PCP, ao contrário do PS só quer viabilizar o Orçamento do Estado para 2018 após as autárquicas.

Quanto ao crescimento, Marques Mendes antecipa que é um “crescimento sustentável, saudável“, já que a maior parte foi feito à custa de mais exportações e de mais investimento e menos do consumo, o que é “uma estratégia contrária à que o PS defendia antes de ir para o Governo”. O ex-líder do PSD aplaude, ainda assim, a inversão de estratégia, já que as “pessoas inteligentes” mudam quando é preciso.

Marques Mendes falou ainda no Orçamento para 2018, afirmando que o PS quer que seja fechado um acordo à esquerda antes das autárquicas, mas o PCP só quer fazê-lo depois do escrutínio. Embora considere uma situação “atípica”, Mendes acredita que a esquerda vai negociar tudo antes das eleições de 1 de outubro e só anunciará depois, já que sobram 15 dias até ao prazo de entrega do documento na Assembleia da República.

O ex-líder do PSD deixou ainda críticas a Assunção Cristas por ter feito a proposta de criar 20 novas estações no Metro de Lisboa até 2030. Para Marques Mendes esta foi uma “surpresa muito negativa” da líder do CDS e acrescentou que a proposta “cheira a campanha eleitoral” e a “oportunismo“. O comentador diz que a Assunção Cristas se exige “mais cuidado e outro sentido de responsabilidade”, criticando o facto de avançar para a proposta “sem a estudar” e “sem dizer quanto custa”. Marques Mendes acredita que a proposta custaria “pelo menos, três mil milhões de euros”, o que demonstra a leveza da líder do CDS ao avançar com esta promessa.

(OBS)
 

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Dal rapporto INE.

O Produto Interno Bruto (PIB), em termos homólogos, aumentou 2,8% em volume no 1° trimestre de 2017 (2,0% no trimestre anterior).
Esta aceleração resultou do maior contributo da procura externa líquida, que passou de negativo para positivo, refletindo a aceleração em volume mais acentuada das Exportações de Bens e Serviços que a das Importações de Bens e Serviços. A procura interna manteve um contributo positivo elevado, embora inferior ao do trimestre precedente, verificando-se uma desaceleração do consumo privado e uma aceleração do Investimento.

Comparativamente com o 4° trimestre de 2016, o PIB aumentou 1,0% em termos reais (variação em cadeia de 0,7% no trimestre anterior).
O contributo da procura externa líquida para esta variação em cadeia do PIB passou de negativo para positivo, observando-se um significativo aumento das Exportações de Bens e de Serviços, mais elevado que o das Importações de Bens e Serviços. O contributo da procura interna diminuiu de forma expressiva devido, principalmente, ao comportamento do Investimento, verificando-se um contributo negativo da Variação de Existências. O contributo da FBCF foi positivo no 1° trimestre de 2017, mas inferior ao observado no trimestre anterior.



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O crédito ao consumo continua a crescer a bom ritmo em Portugal, tendo fixado um novo recorde no mês de Março, muito próximo dos 600 milhões de euros.
Dados revelados pelo Banco de Portugal mostram que o montante total contratado em Março atingiu 594 milhões de euros, valor que representa um aumento de 20,7% face ao mês anterior e 10,6% contra Março do ano passado.
O anterior recorde mensal tinha sido estabelecido em Novembro do ano passado, nos 571 milhões de euros, um valor elevado explicado pela época natalícia.

Em Janeiro e Fevereiro deste ano o valor mensal do crédito ao consumo foi inferior a 500 milhões de euros.

O primeiro trimestre foi de forte crescimento da actividade económica, com o PIB a crescer a um ritmo anual de 2,8%, o mais forte desde o quarto trimestre de 2007.

O recorde do passado mês de Março foi sustentado sobretudo pelo forte aumento do volume de crédito para compra de automóvel. O crédito através de locação Financeira ou ALD para a compra de carros novos aumentou 61,2% face a Fevereiro, sendo que para a compra de carros usados o aumento foi de 45,1%.
Março até foi um mês negativo para a venda de automóveis novos em Portugal, com a primeira queda desde Maio de 2013. As vendas de automóveis caíram 2,2% em termos homólogos, num total de 30.006 unidades vendidas.

Os créditos pessoais sem finalidade específica também continuam a crescer a bom ritmo (14,9% face a Fevereiro) e representam a maior fatia (255,3 milhões de euros).

Nos cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto o aumento em Março foi de 20,7%.

O crédito à habitação também está em forte alta. Depois de uma ligeira desaceleração em Fevereiro, o novo crédito à habitação registou, em Março, o melhor mês desde Dezembro de 2010. No acumulado do trimestre, este tipo de financiamento disparou 48% face ao período homólogo de 2016.

Em Março foram celebrados 134.303 contratos de crédito ao consumo, abaixo dos valores recorde fixados em Novembro e Dezembro do ano passado (sempre acima dos 135 mil).

(JdN)



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Riflessioni sui dati di crescita pubblicati ieri.


Os números do primeiro trimestre do PIB português são inegavelmente positivos: a economia cresceu 2,8% — um ritmo que só compara com o último trimestre de 2007, mostram os dados do Instituto Nacional de Estatística. O valor surpreendeu os analistas pela positiva: superou todas as estimativas. Mas — e este é um mas importante — este ritmo é para continuar?

Apesar de, com apenas a estimativa preliminar de um trimestre, os economistas estarem a rever em alta as suas projeções para o conjunto de 2017, ainda não é garantido que a dinâmica de crescimento que se verifica agora seja sustentável. Sem querer tirar mérito ao crescimento alcançado, recomenda-se cautela. Há pelo menos quatro motivos para moderar o otimismo — ou, nas palavras do Presidente da República, para evitar embandeirar em arco.

1 – Atenção ao detalhe
A estimativa do INE ainda é preliminar. Isto quer dizer que a informação sobre os primeiros três meses não está completamente apurada e que, por isso, o detalhe dos componentes do PIB, e do que justificou a sua subida, ainda não é conhecido.

Na nota de análise sobre os números revelados hoje pelo INE, o Banco BPI sublinha um dado importante: em parte, o crescimento muito expressivo das exportações explica-se por um feito na base de comparação. “As exportações aumentaram mais do que as importações, com a comparação das exportações de combustíveis e dos carregamentos para Angola a beneficiarem de efeitos temporários negativos nos primeiros três meses de 2016″, lê-se na análise de José Miguel Cerdeira.

Os dados disponíveis para as exportações de bens mostram um aumento homólogo de 48,3% nas vendas para o mercado angolano, no primeiro trimestre deste ano, sublinha a mesma nota. Este efeito poderá dissipar-se nos próximos trimestres, e ainda não é claro qual será o impacto para o valor do crescimento.

2 – A conjuntura internacional tem de ajudar
Para que o crescimento continue a bom ritmo, é essencial que a conjuntura internacional continue a ajudar. “O país está a reagir favoravelmente a uma espécie de bonança perfeita”, diz Filipe Garcia, economista do IMF – Instituto de Mercados Financeiros, ao ECO.

"O país está a reagir favoravelmente a uma espécie de bonança perfeita. (…) Para crescer a este ritmo, precisamos sempre do contexto externo favorável.”

Da mesma forma que as crises económicas em Portugal são em parte resultado de maus resultados a nível internacional, agora Portugal também está a beneficiar da melhoria da conjuntura. A política monetária do Banco Central Europeu (BCE) está extraordinariamente expansionista, o que diminui em grande medida o risco-país. Os parceiros europeus estão a recuperar e o preço do petróleo e o valor do euro continuam baixos.

“Para crescer a este ritmo, precisamos sempre do contexto externo favorável”, reforça Filipe Garcia. “Mantendo-se os ventos favoráveis, concordo que seja possível crescer acima de 2% no conjunto do ano”, adianta, indo ao encontro das estimativas do BPI e de outros gabinetes de estudos, como é o caso do Católica Lisbon Forecasting Lab, conforme noticiou a Lusa.

3 – Crescer no segundo semestre vai ser mais difícil
Há que ter sempre em conta que as taxas de crescimento dependem muito do momento com que se está a comparar. Ou seja: no primeiro trimestre deste ano é relativamente fácil atingir números de crescimento mais expressivos, porque o primeiro trimestre de 2016, período com o qual estamos a comparar, foi fraco. O mesmo vai acontecer no segundo trimestre de 2017, que ainda compara com um três meses fracos de 2016.

Mas entrando na segunda metade do ano, vai ser mais difícil continuar a crescer a bom ritmo
. Os dois últimos trimestres de 2016 já foram mais fortes, o que significa que será preciso crescer mais em termos trimestrais para que a comparação homóloga saia igualmente expressiva.

4 – Sustentabilidade ainda não está garantida
“É de esperar um abrandamento do crescimento em 2018, porque ainda não há motivos que sustentem este ritmo de crescimento”, diz um economista de uma instituição financeira contactado pelo ECO, que preferiu não ser identificado. Esta análise vai ao encontro do que defende Rui Serra, economista-chefe do Montepio, em declarações à Lusa: tanto em termos homólogos, como em cadeia, estes níveis de crescimento “não se deverão repetir no resto do ano” por se tratar de valores “bem acima do atual crescimento potencial da economia”.

É precisamente esta também a avaliação das principais instituições internacionais. Tanto o Banco de Portugal, como o FMI ou a Comissão Europeia antecipam um abrandamento do ritmo de crescimento da economia portuguesa em 2018.

“Muitos dos assuntos sérios da Europa estão a ser colocados na prateleira até às eleições alemãs. Um desses assuntos é a alteração da política monetária, que deverá passar a ser menos expansionista”, acrescenta Filipe Garcia. Ora, um dos motivos pelos quais Portugal está agora a crescer bem é, precisamente, a ajuda da política do BCE. Esgotando-se, será mais difícil manter o ritmo.

(ECO)


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Altri pareri.


INE. Economistas dizem que turismo continua a puxar pelo PIB, que cresceu 2,8% no 1º trimestre. Mas pedem cautela quanto ao investimento.
O crescimento de 2,8% no primeiro trimestre face a igual período de 2016 pode fazer de 2017 o melhor ano económico dos últimos dez. Vários economistas ouvidos pelo Dinheiro Vivo acreditam que a projeção de 1,8% partilhada por governo, Banco de Portugal e Comissão Europeia até pode pecar por defeito e há já quem admita “2% ou mais” e até 2,4% em 2017.

Segundo informou ontem o Instituto Nacional de Estatística (INE), aquela expansão de 2,8% também é a mais forte dos últimos dez anos. É preciso recuar ao 4º trimestre de 2007 para ter um ritmo igual.

O INE explica que a aceleração neste arranque de ano, pelo terceiro trimestre consecutivo, veio do “maior contributo da procura externa líquida, que passou de negativo para positivo, refletindo a aceleração em volume mais acentuada das exportações que a das importações”. Além disso, “a procura interna manteve um contributo positivo elevado, embora inferior ao do trimestre precedente”, com “desaceleração do consumo privado e aceleração do investimento”.

Recorde-se que o investimento teve um início de 2016 bastante difícil, arrastado por uma contração da componente pública, mas já mais para o final, o investimento público despertou, animado pela entrada de fundos europeus. Este ano, estima-se que possa crescer na casa dos 30%.

Os economistas ouvidos têm reservas, claro, é só um trimestre, é preciso “cautela”, mas admitem que pode haver pernas para andar e até já ponderam projeções anuais superiores aos 1,8% do governo.

João Borges de Assunção, professor de Economia da Universidade Católica de Lisboa e coordenador do Núcleo de Estudos de Conjuntura (NECEP), diz que “este dado é bastante bom e consistente com uma ideia de dinâmica que pode vir a ser mais duradoura”. “Ainda é cedo para confirmarmos isto” mas os 2,8% anunciados pelo INE “são bastante fortes e o impacto psicológico que isto tem nos agentes económicos, consumidores e empresas, não é despiciendo. A nossa projeção para 2017 está agora centrada nos 2,4%”.

José Cerdeira, economista do departamento de estudos do BPI, defende que “estes dados melhoram a perspetiva para 2017 – esperamos agora que o PIB aumente mais de 2% na totalidade do ano”.

António Mendonça, professor de Economia do ISEG e antigo ministro das Obras Públicas do segundo governo de José Sócrates, destaca que “a procura externa ganhou força, muito provavelmente apoiada no turismo que está imparável, e nas exportações das nossas empresas, que também beneficiam do ambiente mais desanuviado que se vive nos nossos principais parceiros comerciais”.

“Do lado interno, destacaria os sinais mais positivos, sobretudo no investimento, mas aqui diria que ainda não é totalmente convincente. Temos de olhar com cautela, basta que algum risco se materialize, causando danos sobre a confiança e as perspetivas de negócio, e o investimento empresarial pode não se materializar na dimensão que julgamos”. “As empresas não investem por uma questão de fé”, avisa o ex-ministro.

“Outra coisa importante é a ideia de maior estabilidade nos rendimentos das famílias” depois dos “cortes dolorosos” aplicados pelo PSD-CDS, que “acabaram por fazer mais mal do que bem à economia e à consolidação orçamental”, diz o ex-governante socialista.

Filipe Garcia, consultor da IMF – Informação de Mercados Financeiros, destaca o “espetacular desenvolvimento do turismo” e fala de um contexto de “bonança perfeita”: o apoio do BCE, que mantém os juros controlados, e os “principais parceiros de Portugal a crescer e a acelerar”. “As previsões para o PIB em 2017 serão provavelmente revistas em alta pela maioria das instituições”, acredita este economista.

(DV)
 

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Apenas um cenário em que, durante os próximos três trimestres, a economia recue e o PIB se contraia pode impedir que Portugal cresça pelo menos 2% durante o ano de 2017 face a 2016, superando a meta de 1,8% estabelecida pelo Governo e as projecções feitas até agora por entidades como o Banco de Portugal, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional.

A cada vez maior probabilidade de um desempenho acima das expectativas em 2017 é uma das consequências dos números conseguidos pela economia portuguesa durante os primeiros três meses deste ano. De acordo com os dados publicados nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o PIB acelerou no primeiro trimestre de 2017 para uma taxa de variação em cadeia (face ao trimestre imediatamente anterior) de 1%, superando as taxas de crescimento fortes que já tinha conseguido apresentar desde Junho do ano passado. Nos dois últimos trimestres de 2016, a economia tinha crescido em cadeia a uma taxa de 0,9% e 0,7%, respectivamente.

Quando a comparação é feita com o período homólogo do ano passado, torna-se ainda mais evidente a intensificação da aceleração do PIB a que se assiste desde meados de 2016. De um crescimento de 0,9% no primeiro semestre do ano passado, passou-se para 1,7% no terceiro trimestre, 2% no quarto trimestre e, agora, 2,8% no arranque de 2017.

A força desta aceleração da economia constituiu uma surpresa para quase todos aqueles que têm vindo a apresentar previsões. A Comissão Europeia, por exemplo, avançou na semana passada com uma projecção do crescimento do PIB português de 1,8% para o total de 2017. No entanto, bastaram uns dias para esta previsão parecer já bastante desactualizada.

É que de acordo com o próprio cenário traçado por Bruxelas, a economia cresceria durante o primeiro trimestre deste ano apenas 0,4% em cadeia e 2,2% em termos homólogos, números que ficam bastante distantes dos 1% e 2,8% que acabaram efectivamente por se concretizar. Outras entidades privadas viram-se também forçadas a rever em alta as suas estimativas para o final do ano. É o caso do Departamento de Estudos Económicos e Financeiros do BPI, que numa nota enviada aos seus clientes afirma que “espera agora que o PIB aumente mais de 2% na totalidade do ano”.

Do lado do Governo, que tal como a Comissão também aponta para um crescimento de 1,8% do PIB em 2017, o Ministério das Finanças, sem falar para já em revisão das suas previsões, afirma que os números publicados pelo INE "superam as expectativas traçadas pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017 e no Programa de Estabilidade 2017-2021".

A verdade é que, com os números agora conhecidos do primeiro trimestre, a estimativa de um crescimento de 2% em 2017 deixou de ser uma aposta arriscada, que dependa da continuação de um crescimento forte na economia. De facto, mesmo que, nos últimos nove meses do ano, a economia estagnasse, registando nos três próximos trimestres taxas de crescimento em cadeia de zero, a variação do PIB em 2017 face a 2016 seria de 2%. Qualquer tipo de crescimento económico que venha a ocorrer nos trimestres seguintes garante desde logo uma taxa anual superior a 2%. E pensando de uma forma bastante mais optimista, se a economia conseguisse repetir nos três próximos trimestres a variação em cadeia de 1% agora registada, a variação anual do PIB dispararia para 3,5%.

Para encontrar uma variação trimestral homóloga do PIB idêntica à agora registada é necessário recuar quase dez anos até aos últimos três meses de 2007, período em que se verificaram os mesmos 2,8%. E para encontrar um valor mais alto, só voltando ao final do ano 2000, alguns meses depois da criação da zona euro, quando as taxas superavam os 3%.

Antecipar o que irá acontecer a seguir — continuação ou não da tendência desta aceleração — depende da confiança que se tem na sustentabilidade do crescimento actual. Desde que está na zona euro, em três ocasiões (em 2004, 2007 e 2010) a economia aproximou-se de variações trimestrais homólogas do PIB de 3%, mas acabou por não conseguir superar essa barreira. O que aconteceu nessas ocasiões foi que, devido a quebras abruptas da confiança das famílias, não foi possível prolongar a aceleração do consumo privado que estava a servir de motor do crescimento.

Agora o cenário tem características diferentes, uma vez que é nas exportações que está a explicação de uma parte importante da subida do crescimento. Sem ainda apresentar números, o INE afirma que, tanto na variação do PIB em cadeia como na variação homóloga, o contributo da procura externa líquida (exportações menos importações) passou de negativo para positivo, o que reflecte “a aceleração em volume mais acentuada das exportações de bens e serviços que a das importações de bens e serviços”.

Os indicadores do comércio internacional de bens têm vindo a apontar para taxas de crescimento das exportações expressivas, e é nas exportações de serviços, nomeadamente de turismo, que os resultados mais impressionantes têm vindo a ser obtidos.

Em sentido contrário, o contributo da procura interna, embora mantendo-se positivo, diminui, tanto para a variação em cadeia como para a variação homóloga do PIB. Quando se compara o resultado do primeiro trimestre de 2017 com o de igual período do ano passado, o INE diz que se verifica uma desaceleração do consumo privado e uma aceleração do investimento.

Isto faz com que, para além daquilo que acontece ao consumo, a continuação da aceleração da economia para taxas de variação homólogas superiores a 3% depende da capacidade do país prolongar o bom desempenho ao nível das exportações, algo que pode ser ameaçado por factores externos. E, para dificultar as coisas, há ainda o facto de, na segunda metade deste ano, ser mais difícil fazer subir a taxa de variação homóloga do PIB, uma vez que a comparação será feita com os trimestres de 2016 que apresentaram desempenhos mais positivos.

(PUB)
 

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O turismo continua a dar gás à economia, mas a um ritmo menos acelerado. No primeiro trimestre, período em que o produto interno bruto (PIB) nacional cresceu 2,8%, o melhor registo dos últimos dez anos, as dormidas e hóspedes cresceram abaixo dos dois dígitos, depois de, no mesmo período do ano passado, terem aumentado em torno dos 15%.

Ao todo, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a hotelaria nacional recebeu 3,4 milhões de hóspedes nos primeiros três meses do ano, que responderam por 8,8 milhões de dormidas. São números que correspondem a aumentos de 6,7% e 5,6%, respetivamente. No passado, o número de hóspedes tinham aumentado 14,9% e o de dormidas tinha subido 16%.

Contabilizando apenas o mês de março, o número de hóspedes ascendeu a 1,4 milhões, um aumento homólogo de 0,9%, e as dormidas ascenderam 3,7 milhões, uma quebra de 0,2% face ao mesmo mês do ano passado. É o reflexo do “efeito Páscoa”, que no passado decorreu em março e, este ano, em abril.

A justificar esta desaceleração está, sobretudo, o mercado nacional. As dormidas de residentes caíram 2%, para um total de 9,5 milhões de dormidas no primeiro trimestre, interrompendo a tendência de crescimento que se verificava até aqui, enquanto as de não residentes cresceram 9%, para 6,3 milhões.

A taxa de ocupação fixou-se assim nos 34,9% no primeiro trimestre, um aumento de 1,3 pontos percentuais. Já a estada média recuou 1%, para 2,57 noites.

Por outro lado, as receitas estão a crescer a um ritmo muito mais acelerado do que os restantes indicadores, fruto do aumento dos preços praticados pela hotelaria. Feitas as contas, os estabelecimentos hoteleiros faturaram 448,93 milhões de euros entre janeiro e março, um aumento de 13,5% face a igual período do ano passado. Cada quarto disponível rendeu à hotelaria 27,2 euros neste período, mais 12,3% do que em 2016.

No arranque deste ano, todos os principais mercados do setor turístico nacional cresceram, à exceção de Espanha, um mercado “sensível” à Páscoa. Com a Páscoa em abril, as dormidas de espanhóis em Portugal afundaram 43,7% em março e 21,5% no primeiro trimestre.

O Reino Unido mantém-se como o principal mercado emissor, tendo aumentado as dormidas em 5,7% no primeiro trimestre e respondendo por mais de 20% do total de dormidas de não residentes neste período. Também as dormidas de alemães e franceses aumentaram, em 5,6% e 18,3%, respetivamente.

Mas os maiores crescimentos vêm de outras partes do globo. O mercado brasileiro disparou 60,9% no conjunto dos três primeiros meses do ano. Já o polaco e o americano, que tem sido um dos mercados de aposta do Turismo de Portugal e que beneficia do aumento das rotas da TAP para os Estados Unidos, cresceram 34,8% e 28,7%, respetivamente.

(ECO)
 

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