Titoli di Stato area Euro Titoli di stato Portogallo - Tendenze ed operatività

Segundo os cálculos do Eurostat, o défice do Estado português em 2016 poderia ter sido de 1,8% caso não tivesse de ajudar as instituições financeiras. No total, no ano passado, o impacto negativo das ajudas à banca foi de 0,2% do PIB. A informação consta da primeira notificação de abril sobre os défices da zona euro que o gabinete de estatísticas europeu divulgou esta segunda-feira. Em 2015 esse mesmo cálculo levava o défice para os 2,8%, dado que o impacto das ajudas à banca foi de 1,6%.

Na tabela em que faz este cálculo, o Eurostat alerta, no entanto, que estes números não são usados no contexto do Procedimento por Défices Excessivos, um método de controlo da Comissão Europeia da qual Portugal espera sair este ano. São vários os países onde as intervenções no setor bancário pesaram nas contas públicas. Em Portugal os dois principais anos foram 2014 e 2015 com a resolução do BES e do Banif, respetivamente.



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Impacto das ajudas aos bancos no défice do Estado (em percentagem do PIB).Eurostat



“No total, durante o período de referência de 2007-2016, o aumento mais significativo do défice fruto de intervenções governamentais nas instituições financeiras registou-se na Irlanda, seguida da Grécia, Eslovénia e Chipre“, explica o Eurostat. Existem países que até melhoraram o seu défice dado a dividendos de intervenções passadas, nomeadamente a Dinamarca, a Suécia e o Luxemburgo.

Esta quarta-feira, o Jornal de Negócios (acesso pago) avançou que as ajudas à banca — desde 2007 — já somaram mais 20,9 mil milhões de euros à dívida. Ainda assim, Portugal não é o país com o valor mais alto em percentagem do PIB. Dentro da zona euro, a Grécia lidera com 24%, seguindo-se a Irlanda com 22% e a Eslovénia com 16%. Em Portugal, o impacto das ajudas ao sistema financeiro nos últimos dez anos atingiu 11,3%.

Desse volume de ajudas, desde 2007 até 2016, 15.131 milhões de euros tiveram impacto no défice, com as maiores parcelas a registarem-se em 2014, 2015 e 2010. No mesmo período, o Estado só teve de volta do sistema financeiro 2,2 mil milhões de euros de receita.


Esta informação consta de um relatório suplementar em que o Eurostat faz um retrato das intervenções dos Estados-membros para ajudar as instituições financeiras.

(ECO)
 
A agência canadiana DBRS volta a dar boas notícias sobre Portugal, embora alerte que tem de reduzir a dívida e que o défice estrutural teve uma melhoria “mais limitada”. Na newsletter divulgada esta quarta-feira a agência de notação, reforçando a informação divulgada na semana passada, destaca que “as taxas de rendibilidade das obrigações de dívida pública portuguesa aumentaram nos últimos meses [passaram de 4% no primeiro trimestre de 2017, contra 3,2% no período homólogo], mas considera que “os custos de empréstimos permanecem geríveis“.

Adriana Alvarado, analista sénior da agência para Portugal, afirma que “no geral, tem havido uma melhoria em Portugal nos últimos meses, com o défice a chegar abaixo do objetivo e o crescimento a recuperar no segundo semestre do ano. No entanto, os excedentes primários e o crescimento precisam de ser sustentados ao longo do tempo para reduzir o alto nível de dívida pública“.

A DBRS acredita ainda que o “impacto de maiores rendimentos é parcialmente mitigado por uma estrutura de dívida favorável”, já que a “dinâmica da dívida pública é atualmente suportada por um excedente orçamental primário mais elevado e pelo crescimento económico continuado.”

A agência diz ainda estar “surpreendida” com desempenho orçamental do país desde a avaliação soberana da DBRS em outubro de 2016. Lembra ainda que Portugal atingiu “o défice mais baixo em mais de quatro décadas e uma melhoria significativa em relação aos 11.2% de défice 2010”. A agência destaca também que “o défice ficou abaixo da meta de 2,5% acordada com a Comissão Europeia em julho de 2016. Além disso, lembra a agência canadiana, “o superávit primário atingiu os 2,2%, um dos mais elevados da zona do euro.”

Nem tudo são boas notícias já que — além do aumento das taxas de juro — “a melhoria do défice estrutural foi mais limitada” e o rácio da dívida pública permaneceu elevado em 130,4% do PIB.

Na última sexta-feira, a agência de notação financeira DBRS confirmou que o rating de Portugal fica em “investimento de qualidade” (ou seja, acima de “grau especulativo”, ou lixo), o que garante que é possível continuar a aceder às compras de dívida por parte do Banco Central Europeu (BCE) sem haver um resgate financeiro. A perspetiva para o futuro continua a ser estável.

(OBS)
 
The European Central Bank is set to keep its ultra-easy policy stance firmly in place on Thursday but may acknowledge better growth prospects, setting the stage for a small signal as early as June about an eventual reduction of stimulus.

ECB President Mario Draghi is likely to point to still-weak inflation, muted wage growth and an uncertain outlook to argue that easing off the accelerator now could unravel years of work that have consumed much of the ECB's firepower, a poll of analysts showed.

But Draghi may acknowledge the euro zone's solid growth momentum, surging consumer and business confidence, and receding political risk after the first round of France's presidential vote put a pro-euro centrist in pole position.
The mild optimism would come after years of extraordinary but untested stimulus measures.

Having missed its 2 percent inflation target for four consecutive years, the ECB is buying 60 billion euros worth of bonds per month at least until the end of the year and plans to keep rates deep in negative territory until much later.

But growth is on its best run since the global financial crisis, inflation is comfortably above 1 percent and the ECB's policy arsenal is nearly depleted, all fuelling calls by conservative policymakers to start plotting the way to the exit.

In a departure from the bank's long-held, more pessimistic stance, ECB board member Benoit Coeure, a key ally of Draghi, recently argued that the balance of risk for the economy is now largely balanced.
Coeure's view may not signal an imminent policy shift but suggests growing confidence in the outlook and a willingness to entertain the once-taboo subject of scaling back stimulus.


The ECB announces its rate decision at 1145 GMT and Draghi will hold a news conference at 1230 GMT.

JUNE
The next step, possibly in June, could mean dropping a bias for even more policy easing and changing the wording of Draghi's regular opening statement to reflect improved prospects for the economy.

Last month, the ECB removed one phrase from the statement -- a pledge to act "using all the instruments available within its mandate" if needed -- to signal a diminishing urgency for more policy action.
Some or all the references to prevailing downside risks to the outlook, to the possibility of further rate cuts or to larger asset purchases may be taken out, sources with direct knowledge of the bank's deliberations told Reuters earlier.

Policymakers are likely to remain cautious, however, particularly those from the periphery of the bloc.

"Before getting too enthusiastic, not all is well in the euro zone," ING economist Carsten Brzeski said.
"Despite the cyclical upswing, unemployment rates in many countries remain far too high to reduce social inequality, government debt ratios have hardly come down in most countries, and further and necessary works on the structure of the monetary union have been put on hold."

Conservative policymakers meanwhile argue that too much stimulus may already be fuelling asset price bubbles, risking financial stability and eroding bank earnings so much that the measures could actually hold back lending and thwart growth.

The ECB may also need to preserve whatever firepower it still has left in case of renewed turmoil.

"We see only a short window for starting to withdraw the non-standard policy measures, with the next potential tail risk event approaching fast: Italian elections," Societe General economist Anatoli Annenkov said.
"We thus see a need for the governors to reach a compromise on an exit strategy over the summer."


Such a timeline would suggest cautious optimism from Draghi on Thursday, with the ECB readying for a more ambitious shift in June.

"We think that Thursday's meeting will be used by the ECB as a 'bridge' to the June rendezvous, which promises to be important," UniCredit economist Marco Valli said.
"If, as it now seems very likely, the French will elect a mainstream president, on June 8 the ECB will probably scale back some of its prudence and the new staff projections will finally show a broadly balanced risk assessment."


(Reuters)
 
Em comunicado, o Ministério das Finanças aponta para "estabilização da despesa"e crescimento da receita. Défice fixa-se em 358 milhões de euros.

O défice das Administrações Públicas melhorou 290 milhões de euros no primeiro trimestre do ano, face ao mesmo período do ano anterior, atingindo agora 358 milhões de euros.

A informação é avançada pelo Ministério das Finanças em comunicado, que aponta ainda para o crescimento de 22,9% do excedente primário, um resultado que atribui à “estabilização da despesa” (avança 0,3%) e ao aumento da receita (1,9%).

“O crescimento da receita foi condicionado por efeitos temporários ou sem impacto nas contas nacionais de 2017, com especial incidência nos dois primeiros meses de 2017”, adianta o comunicado. “Excluídos estes fatores”, a receita das Administrações Públicas “vem refletindo a melhoria da atividade económica”, sublinha o Ministério de Mário Centeno.

O comunicado realça alguns resultados, nomeadamente a receita bruta de IVA, que aumentou 7%, e as contribuições para a Segurança Social, que avançaram 5,5%, acima do previsto no Orçamento do Estado para 2017.

Já do lado da despesa primária, a subida de 0,4% é explicada “em grande medida pelo aumento da despesa de capital (15,9%), tendo a despesa corrente primária recuado 0,6%”.

A dívida não financeira — “despesa sem o correspondente pagamento, incluindo pagamentos em atraso” – é agora menor em 365 milhões de euros, “tendo o stock de pagamentos em atraso registado um decréscimo” de 42 milhões de euros, diz o comunicado.

(ECO)
 
O consórcio liderado por António Esteves, antigo partner da Goldman Sachs, esteve recentemente em Bruxelas para uma reunião exploratória com representantes da União Europeia para discutir a resolução do crédito mal parado da banca portuguesa. A notícia é avançada esta quinta-feira pelo Público que indica que o encontro foi promovido pelo Governo, que pretende que a solução encontrada não passe pelo auxílio estatal.

Para além de António Esteves, o consórcio privado conta também com a sociedade de advogados Vieira de Almeida e a Deloitte. No início do ano o grupo mostrou-se disposto a avançar com 15 mil milhões de euros para resolver os cerca de 30 mil milhões de crédito malparado que a banca nacional detém. O jornal indica que que Novo Banco, Caixa Geral de Depósitos, BCP e Montepio são responsáveis por 85% dos ativos sem rentabilidade que estão a contaminar o sistema financeiro nacional. O Fundo Monetário Internacional já veio considerar que estas debilidades da banca portuguesa são o elo mais fraco da zona euro.

O Público avança também que, na sequência deste encontro em Bruxelas, o Executivo promoveu reuniões com responsáveis pelas instituições bancárias, que se mostraram recetivos a uma solução que pode ter duas componentes, uma pública e uma privada. Ainda assim, a banca indicou que só se pronunciará depois de serem conhecidos os detalhes da proposta.

(DV)
 
O grupo de trabalho sobre a sustentabilidade das dívidas pública e externa criado pelo PS e Bloco de Esquerda propõe que Governo defenda um programa de reestruturação das dívidas públicas excessivas europeias que, no caso português, assentaria em três dimensões: uma extensão da maturidade média dos 51,6 mil milhões de euros de dívida à União Europeia e da Zona Euro dos actuais 15 anos para 60 anos; a redução da taxa de juro média cobrada dos actuais 2,4% para 1%; e a manutenção indefinida no balanço do Banco de Portugal dos 28 mil milhões de euros de dívida pública que o banco central terá acumulado no final deste ano no âmbito do programa de compra de activos do BCE (PSPP). A estas medidas acrescentariam outras quatro de poupança em juros que dependem apenas do Governo.

"Com este formato – reestruturação da dívida ao sector oficial europeu acompanhada de medidas de optimização da gestão da restante dívida pública – a dívida directa do Estado seria reestruturada em cerca de 31%, atingindo-se uma redução do valor presente da dívida pública de cerca de 39% do PIB. De forma simplificada, estima-se que o valor presente da dívida pública (estimativa equivalente à "dívida de Maastricht") cairia de 130,7% para cerca de 91,7% do PIB", lê-se no relatório, que estima uma redução da despesa com juros de 450 milhões de euros em 2018, que cresceria para 1.900 milhões em 2023, ano em que poderia mesmo chegar aos 2800 milhões de euros, caso o PSPP fosse estendido no tempo.

Esta é a solução encontrada para reduzir significativamente o fardo da dívida, defendem. Mesmo sem PSPP, a taxa de juro implícita da dívida nacional cairia de 3,2% para 2,3% (e não só para 2,8% como acontece com as quatro medidas de poupança em juros). Além disso, notam, um exercício deste tipo, evitaria um choque nos mercados: "Não seria necessária uma reestruturação do valor facial dessa parte da dívida pública. A restante dívida pública não seria afectada. [E] a reestruturação não constituiria um evento de incumprimento uma vez que seria realizada através de acordo com os parceiros europeus", escrevem.
A dependência dos parceiros europeus implica no entanto deixar este plano para uma segunda fase, sendo apresentado apenas como uma proposta com "ideias que Portugal deve defender a nível europeu num quadro de diálogo multilateral".

Os resultados do relatório são apresentados esta sexta-feira, dia 28, pelas 14:30, e incluem também os impactos da reestruturção da dívida e das outras poupanças sobre a factura de rendimentos pagos ao exterior. Os autores notam que as políticas de redução de dívida não devem travar estratégias de promoção da sustentabilidade das contas externas, como a substituição de importações.

(JdN)
 
O FMI fez a compilação dos países desenvolvidos onde há mais investimento, público e privado, e Portugal não sai bem na fotografia. Algo que não está a passar despercebido no Parlamento.

Entre as economias desenvolvidas, o nível de investimento de 2016 em Portugal, em percentagem do PIB, foi apenas superior ao da Grécia e do Porto Rico. Na Irlanda, Noruega e Coreia do Sul o investimento público e privado chega quase aos 30% do PIB. Em Portugal a percentagem é metade, tendo diminuído de 15,4% em 2015 para 14,8% em 2016, o mesmo nível de 2013. Só Porto Rico e Grécia — 8,2% e 9,8%, respetivamente — é que tiveram menos investimento no ano passado. Estes dados constam da base de dados do Fundo Monetário Internacional, que foi atualizada com as informações do Fiscal Monitor e do World Economic Outlook.

Já muita tinta correu sobre a queda do investimento público em Portugal no ano passado: das críticas do FMI e de um colunista da Bloomberg até à constatação do Conselho de Finanças Públicas de que este tinha sido o nível de investimento público, em percentagem do PIB, mais baixo desde 1995. Contudo, também a totalidade do investimento (público e privado) realizado em território nacional diminuiu, tendo regressado aos 14,8% do PIB que se verificou em 2013, numa altura em que o país ainda estava a executar o Programa de Ajustamento.

Também no Parlamento o tema é quente e não passa despercebido. No debate quinzenal desta quarta-feira, o líder da oposição Pedro Passos Coelho confrontou o primeiro-ministro com aquilo que disse ser um corte no investimento público usado como “variável de ajustamento económico”. António Costa justificou essa quebra com “um problema grave de transição de quadros comunitários, que fez com que o investimento tivesse sofrido uma redução significativa”, mas assinalou ainda que no arranque deste ano o investimento público já aumentou 21% “relativamente ao do ano transato”.

E António Costa não se ficou por aqui, sublinhando ainda mudanças positivas no investimento privado. A melhoria do clima económico, afirmou, levou a uma consolidação do investimento privado em 2016 que “resultou em criação de emprego”. Na Assembleia da República, o primeiro-ministro tirou os números da manga: “Para este ano temos a melhor estimativa de investimento privado dos últimos nove anos“, disse, citando o INE, e dando exemplos concretos — 15% de aumento no investimento em máquinas, 6% de aumento no investimento em construção, ambos relativamente ao primeiro trimestre de 2017 e em termos homólogos.

Apesar dos valores que mostram uma queda do investimento (público e privado) é preciso ressalvar que, em volume, o investimento ficou praticamente inalterado. Depois de uma recuperação gradual até aos 27.417 milhões em 2015, o investimento total fixou-se nos 27.400 milhões em 2016. Apesar da descida, em volume, ter sido de apenas 17 milhões, como o Produto Interno Bruto cresceu 1,4%, o investimento em percentagem do PIB desceu dos 15,3% para os 14,8%.

Uma análise à série apresentada pelo FMI revela que, exceto 2013, o investimento total em Portugal, em percentagem do PIB, em 2016, foi o menor desde 1980.

Em comparação com os países da Zona Euro, Portugal é o segundo pior, ainda que esteja longe do país com menor nível de investimento. Chama-se Grécia e em 2016 teve um investimento de 9,8%, o mesmo que já tinha registado em 2015. No outro lado da tabela está a Irlanda com 28,8% de investimento em percentagem do PIB, seguido pela Estónia (23,8%), Áustria (23,7%), Malta (22,9%) e Bélgica (22,4%).

Há um ano, também o Chipre tinha um nível de investimento menor do que o português, mas houve uma inversão em 2016. Em Portugal o investimento, em percentagem do PIB, contraiu e no Chipre aumentou passando de 13,9% em 2015 para 15,5% em 2016. Perto destes números estão países como a Lituânia (15,8%), Itália (17%), Alemanha (19,1%) e a Eslovénia (19,6%).

Entre aquelas que são consideradas economias avançadas pelo FMI, à Grécia apenas se acrescenta o Porto Rico que registou 8,2% de investimento em 2016. Pela positiva destacam-se a Irlanda (28,8%), Noruega (29%) e Coreia do Sul (29,2%).

(ECO)



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