Passos sobre Novo Banco: "Não devem ser os portugueses a pagar as facturas de quem se portou mal no passado"
09:15 Lusa
Venda do Novo Banco "não tem nada que ver com eleições", afirmou ontem o primeiro-ministro.
O líder da coligação Portugal à Frente (PSD/CDS-PP),
Pedro Passos Coelho, argumentou, na terça-feira à noite, que a venda do Novo Banco não tem que ver "com as eleições" e apontou alegadas contradições do PS sobre esta matéria.
"Durante um tempo portávamo-nos muito mal porque queríamos vender muito depressa. Agora portamo-nos muito mal porque queremos vender só depois das eleições", ironizou, referindo-se às críticas do PS e questionando: "Ainda não perceberam que isto não tem nada que ver com as eleições?".
Neste processo, afiançou Passos Coelho, durante um jantar em Évora com apoiantes da coligação Portugal à Frente, a actuação do Governo pautou-se "sempre", tal como o Banco de Portugal, por "duas preocupações".
"Garantir a estabilidade do sistema financeiro e garantir que os depositantes, na altura do BES, como agora no Novo Banco, estejam sempre salvaguardados, que é isso que nos interessa", disse.
O executivo do PSD/CDS-PP não quer "que sejam os portugueses a pagar as facturas de quem se portou mal no passado, tivessem eles estado no governo ou à frente de algumas empresas esperando ter um governo amigo que os pudesse salvar".
O presidente do PSD e primeiro-ministro, acompanhado pelo vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP, Paulo Portas, discursava no jantar que "fechou" a jornada de terça-feira da coligação por terras alentejanas, que incluiu reuniões e visitas em Portalegre e Évora.
Passos Coelho, tal como já tinha feito em Portalegre, abordou a questão da venda do Novo Banco, processo que foi interrompido pelo Banco de Portugal.
Segundo o anúncio do regulador, na terça-feira, vai agora começar a ser preparada uma nova operação de alienação do banco.
Reafirmando que "não pode haver privilégios no sistema financeiro, dentro do Estado e na economia", o líder social-democrata afirmou que "espanta que aqueles que mais acusam" o Governo "de fracassar na solução para a resolução do BES tenham sido os mesmos, e parece que não se lembram, que nacionalizaram o BPN".
"E, quando nacionalizaram o BPN, passaram a factura ao país inteiro, a todos os contribuintes que têm pago justamente essa nacionalização, com muita dívida que teve de ser emitida para pagar esses prejuízos", criticou.
O PS, agora, continuou, vem dizer que "devia ser o Governo a resolver o problema dos que foram enganados pelo Grupo Espírito Santo (GES)", mas os socialistas "falam tanto e têm de dizer tanto todos os dias que se esquecem do que disseram há um mês atrás".
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Há um mês atrás disseram que quem tem que resolver o problema dos lesados do GES são os tribunais. Mas, como as eleições se aproximam, é preciso começar a dizer coisas que agradem mais às pessoas, talvez, pensam eles. Então, agora, já não são os tribunais, é o governo que tem de resolver", apontou.
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